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Água de coco do Brasil começa a ganhar o mundo

O Brasil produz, por ano, 500 milhões de litros de água de coco e cerca de 7% desse total são destinados à exportação. Outros países da América do Sul, como Argentina, Uruguai e Paraguai, são compradores da água de coco brasileira. Agora os Estados Unidos e alguns países da Europa também vão conhecer o nosso produto. Já estão sendo feitos testes nas linhas de exportação para esses países.

De acordo com o economista da Embrapa, Manoel Cuenca, o consumo da água de coco na Europa e nos Estados Unidos ainda é pequeno porque não existe uma cultura de consumo do produto nesses países. Mas aposta que o consumo da água de coco no exterior pode representar grande fonte de divisas para o país, “haja vista o grande potencial de consumo e a renda per capita elevada que os países europeus e a América têm”. Cuenca revela que, enquanto no Brasil, o consumidor paga cerca de R$ 1 por coco, nos Estados Unidos esse valor pode chegar a US$ 7, cerca de R$ 20.

Cuenca ainda ressalta que o maior problema enfrentado pelas empresas que exportam água de coco para a Europa é a conservação da água até chegar ao seu destino. Normalmente, resíduos da casca da fruta deixam a água avermelhada depois de alguns dias. “Agora, estamos enviando o coco inteiro envolvido em parafina, o que faz o produto durar 15 dias ou mais”, diz.

Apesar da crescente “indústria da água de coco”, o Brasil importa mais coco verde do que exporta. “As importações são de matéria prima para a indústria, como coco ralado seco que, quando chega aqui, é reidratado e usado para fazer leite de coco, chocolates e outros alimentos”, diz Cuenca.

Para o Brasil, o coco verde representa garantia de emprego e geração de renda para os produtores. É a segunda maior atividade produtiva do nordeste depois da cana de açúcar e emprega cerca de 400 mil pessoas entre plantio, colheita e distribuição do produto.

“Para o nordestino, o coco é básico, desde a sua cultura, agricultura e hábito alimentar”, explica o presidente do Sindicato Nacional de Produtores de Coco (Sindcoco), Francisco Porto. “E a exportação representa uma alternativa de mercado para o agricultor”, diz. (Fonte: Agência Brasil)