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Agronegócio mostra força na economia do país

O agronegócio é responsável por 33,8% do Produto Interno Bruto, 44% das exportações brasileiras e por 37% dos empregos no país, segundo o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, que participou ontem da Conferência Agro-Brasil 2004: Desafios e Oportunidades do Agronegócio, promovido pelo Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil e Revista Forbes .

Queiram ou não, é o maior negócio deste país, declarou Rodrigues, em tom de desafio e muito aplaudido pelos 500 participantes da conferência. Os três governadores que participaram do evento – Geraldo Alckmin (SP), Germano Rigotto (RS) e Marconi Pirillo (GO) – também elogiaram Rodrigues.

O ministro procurou deixar claro que a agricultura é uma atividade de elevado risco e que o equilíbrio da atividade depende de políticas públicas amplas. O setor foi prejudicado fortemente pelos planos Collor e Real. Ambos provocaram descompasso entre renda e endividamento. O resultado disso foi um brutal ajuste, a custo de uma elevada exclusão social.

Entre 1990 e 2003, a expansão da área agrícola foi de 24,3% e a produtividade cresceu 125%, para mais de 120 milhões de toneladas de grãos e fibras. Entre os fatores positivos desse processo de ajuste está o saldo comercial, sempre positivo e crescente, com a soja como carro-chefe da expansão, em detrimento das áreas destinadas às pastagens. No comércio exterior, a União Européia se destaca como o principal cliente do Brasil no agronegócio, recebendo 36% das exportações do país. Na defesa do setor, Rodrigues conta com total apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo informou. Tanto é que contou com a presença do presidente em 12 exposições agropecuárias.

Como Rodrigues, o agricultor e a agricultura do Brasil também foram muito elogiados durante a sessão de ontem. O conselheiro da Sociedade Rural Brasileira Luiz Hafers falou sobre a emoção de ser brasileiro e agricultor. Afirmou que para desenvolver a atividade agrícola é preciso ter água, gente e tecnologia e lembrou que o Brasil dispõe desses recursos com fartura.

Hafers disse ainda que os agricultores deram a resposta para as críticas que receberam no passado. Eram chamados de caipiras e atrasados, que não conseguiam tornar a atividade rentável e não conseguiam produzir alimentos nobres, como trigo e vinho. A resposta, segundo Hafers, foi dada em todo o país, mas principalmente no Cerrado, onde 2 milhões de gaúchos ‘meteram a cara’ e mostraram a sua capacidade produtiva. Quanto à infra-estrutura precária, que impede o escoamento da produção, o país terá de contar com a parceria com o setor privado, já que os recursos públicos são insuficientes para os investimentos necessários.

Hafers contou estar confiante no programa PPP lançado pelo governo federal. Tão confiante que disse até lembrar no trio atacante da seleção brasileira com a participação de Pepe, Pelé e Pagão, numa analogia com o futebol brasileiro.