A balança comercial do setor de máquinas pode amargar um déficit de US$ 10 bilhões este ano, valor 166% maior do que os US$ 4,5 bilhões registrados em 2007. A estimativa, anunciada ontem (28) durante a 15ª Agrishow, em Ribeirão Preto, é do presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Luiz Aubert Neto.
A projeção leva em conta os dados do primeiro trimestre de 2008, quando as importações de máquinas cresceram 61%. O desempenho foi atribuído ao câmbio desfavorável, condições apertadas para financiamentos, além da taxação de bens de capital.
Segundo Aubert, o Brasil é o único país no mundo a tributar bens de capital. Ele também criticou o prazo dos financiamento que, no Brasil, é de no máximo cinco anos. “E com juros altíssimos”, observou.
O presidente da Abimaq afirma que o setor brasileiro de máquinas chegou a ocupar o 5º lugar no ranking mundial de produção, no anos 80. Hoje, está na 14ª posição. Aubert citou, como agravante, o fato de que metade das importações brasileiras de máquinas é referente a equipamentos de preço baixo, como os produzidos na China. Naquele país, segundo ele, o quilo da máquina pode custar de US$ 4 a US$ 7. “Isso não cobre nem os nossos custos de produção”.
A Abimaq agrega aproximadamente 4 mil produtores nacionais e faturou no ano passado R$ 65 bilhões, dos quais R$ 11 bilhões (30%) referentes a exportações. As máquinas agrícolas correspondem a 20% do faturamento de todo o segmento.