O público da Agrishow 2011, terá a oportunidade de conhecer um trabalho realizado pela Conab sobre cogeração de energia a partir do bagaço de cana, após análise da safra 2009/2010 realizada pelo técnico, Ângelo Bressan Filho. O estudo “A Geração Termoelétrica com a Queima do Bagaço de Cana-de-açúcar no Brasil”, será distribuído em Ribeirão Preto (SP), durante o evento.
De acordo com Bressan, o objetivo da publicação é trazer esclarescimento sobre uma questão estratégica para qualquer país: a geração e a distribuição de energia elétrica, com foco na utilização do bagaço no período de safra.
Para Bressan, há pouca participação desta fonte energética no total do país. “Acredito que em parte pelo pouco prestígio junto aos profissionais da área e também à indecisão dos donos de usinas, que teriam que redimensionar seus equipamentos e melhorar a eficiência no aproveitamento energético. Isso permitiria a venda da energia excedente para terceiros, por meio da rede elétrica nacional”, frisa.
Para tornar possível o investimento, é preciso substituir caldeiras, turbinas e geradores por outros de maior capacidade, segundo Bressan, possibilitando aumentar a quantidade média de energia dos atuais 85,8 kilowatts para 188,2 kilowatts por tonelada de bagaço queimado. “Como essa é uma fonte limpa e renovável, traria também inegáveis ganhos ambientais ao país”, avalia.
Projeções
O estudo também projeta para os próximos 10 anos o comportamento dos mercados do açúcar e do álcool etílico; estima a quantidade de cana-de-açúcar necessária para atender as demandas doméstica e internacional desses produtos e dimensiona a quantidade anual de bagaço que estará disponível para ser destinada à geração elétrica até o ano de 2020.
Bressan acredita que o enorme potencial de geração ainda inexplorado e o esperado crescimento das safras de cana nos próximos anos, com a consequente expansão na disponibilidade de bagaço, fazem com que a “groeletricidade” seja o mais novo e promissor produto do agronegócio brasileiro.