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Agricultura, o maior negócio

Campo responde por 33,8% do PIB e 44% das exportações brasileiras. Queiram ou não, o setor rural é o maior negócio deste País, disse ontem o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, em tom de desafio, durante a Conferência “Agro-Brasil 2004: Desafios e Oportunidades do Agronegócio”, promovido pela Gazeta Mercantil, Jornal do Brasil e revista Forbes.

Muito aplaudido pelos cerca de 500 participantes da conferência, o ministro contou com apoio dos palestrantes, numa manifestação de desagravo ao conflito criado por uma exaltada crítica feita por Rodrigues ao ministro do Planejamento, Guido Mantega.

Segundo Rodrigues, o agronegócio é responsável por 33,8% do Produto Interno Bruto (PIB), 44% das exportações brasileiras e por 37% dos empregos no Brasil.

Os três governadores que participaram da conferência, Geraldo Alckmin (SP), Germano Rigotto (RS) e Marconi Pirillo (GO), elogiaram o ministro, deixando claro a admiração pelo seu trabalho à frente do ministério.

Entre 1990 e 2003, a expansão da área agrícola foi de 24,3% e a produtividade cresceu 125%. O resultado é que o Brasil colhe uma safra agrícola superior a 120 milhões de toneladas. Entre os fatores positivos desse processo de ajuste está o saldo comercial, sempre positivo e crescente, superior a US$ 25 bilhões, com a soja como carro-chefe no processo de expansão, em detrimento das áreas com pastagens.

O conselheiro da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Luiz Hafers, disse no seminário que os agricultores deram a resposta para as críticas que receberam no passado. “Eram chamados de caipiras e atrasados, que não conseguiam tornar a atividade rentável.”

As críticas recaíram sobre ajustes necessários no Mercosul, que completa treze anos nesta semana, para que ajude seus membros nas negociações internacionais. “Se o Mercosul não se consolidar, no futuro poderá atrapalhar as negociações”, afirma Marcos Sawaya Jank, presidente do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone).