O monitoramento eletrônico é a mais nova aliada do País para aumentar a produtividade da agricultura e reduzir custos. Prova disso é que as fabricantes de máquinas e pneus estão investindo pesado em tecnologia capaz de armazenar e transmitir informações sobre a utilização e durabilidade de equipamentos.
A Goodyear e a Case são exemplos dessa tendência: as empresas lançaram, ontem, ao mesmo tempo na Agrishow 2010, em Ribeirão Preto (SP), dois sistemas que oferecem aos produtores rurais acompanhamento em tempo real sobre o desempenho dos pneus e da frota na propriedade.
Segundo Eduardo Gualberto, diretor de Marketing da Goodyear Brasil, o monitoramento eletrônico Tire IQ, que pode ser feito via satélite ou por sinal celular, tem o custo de US$ 10 por chip. O pacote de monitoramento para uma frota de aproximadamente 70 caminhões pode variar entre US$ 10 mil e US$ 15 mil. Ainda segundo o executivo,! um chip destinado a pneus que operam para a mineração está em teste, com lançamento para 2011.
O lançamento do Tire IQ chega ao mercado junto com a Série 600, que inclui os pneus G677 MSD (Mixed-Service Drive Aplication), para aplicação no serviço misto em eixos de tração; e o G686 MSS, (Mixed-Service Steer Aplication) para o misto em eixos direcionais e livres. “Os pneus para o setor agrícola serão fabricados em São Paulo”, diz Gualberto.
O Tire IQ permite o acompanhamento da quilometragem, posição e profundidade do sulco e pressão dos pneus, informações fundamentais sobre a manutenção, desgaste e pressão do ar.
Marcelo Mitre, gerente de Serviços e Pós-venda da Goodyear, explicou que dois chips idênticos são instalados: um na parte interna do pneu e outro dentro do veículo. “Esses dados são transmitidos para o software Rodar System, possibilitando a visualização dos indicadores de desempenho, além da localização de cada pneu da frota. A redução de custo operaci! onal é um dos principais benefícios proporcionados pelo sistema”, afirma Mitre.
Já o sistema da Case, de acordo com o diretor-geral da Case Construction, Roque Reis, gerencia a manutenção de frota conforme a necessidade de cada usuário. O monitoramento acontece por meio do programa mundial de suporte ao cliente Case Care, nas metodologias do SystemGard, direcionada para fluídos e do Global Tracs, para telemetria. “O custo de R$ 2 por hora-máquina propicia um aumento de 30% a 40% da produtividade”, afirma Ricardo Beilke Neto, engenheiro e consultor de suporte ao cliente Case.
A tecnologia Case, como a da Goodyear, opera por meio de comunicação via satélite ou sinal GPRS (celular), que verifica e informa o posicionamento da máquina, o uso, o tempo que permanece ligada ou desligada e ainda delimita a área de trabalho. “É o que chamamos cerca eletrônica. Não tem mais como o operador fazer um bico em outra propriedade”, afirma.
Com a aquisição do pacote Case Care, o produtor conta gratuitamente com mil horas de monitoramento de fluídos. “É como fazer um exame de sangue na máquina. A telemetria seria como um eletrocardiograma”, diz Neto.
Durante a Agrishow, a Case Construction também apresentou equipamentos de construção no agronegócio: a retroescavadeira 580M, as skids Case (minicarregadeiras) 410 e 430, a motoniveladora 865, as pás carregadeiras 621D, 721E versão canavieira e 821E, e as escavadeiras hidráulicas CX130B e CX160B.
De acordo com Reis, a participação no mercado mundial de máquinas de construção da Case Brasil no setor é hoje de 20%. Na América Latina 12%, nos Estados Unidos entre 8% e 10%, e na Europa varia de 3 a 4%. Ele disse que a participação das retroescavadeiras Case em usinas sucroalcooleiras é de 25%. A companhia possui quatro plantas no Brasil — Contagem (MG), Curitiba (PR), Piracicaba (SP) e Sorocaba (SP).
AGCO
O Brasil foi o principa! l responsável pelo aumento de 68% no crescimento da receita da AGCO na América do Sul, se comparados os primeiros trimestres de 2009 e de 2010, afirmou André Carioba, vice-presidente da companhia para a região. “Tivemos um faturamento de US$ 380 milhões na América do Sul no 1º trimestre.”