Mercado

Agrale investe para disputar segmento de grandes tratores

Caxias do Sul (RS), A Agrale, de Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, fabricante de tratores, chassis e caminhões leves, está intensificando esforços no segmento de tratores de alta potência – acima de 100 cavalos (cv) – com o objetivo de disputar o potencial do mercado interno nas áreas de grãos e, principalmente, de cana-de-açúcar. Desde o ano passado, a montadora gaúcha investe em infra-estrutura e na montagem de uma rede específica para atender a demanda deste tipo de produto, incluindo os serviços de pós-venda. Os distribuidores estarão concentrados primeiramente em São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.

“Não temos tradição em cana” reconhece o diretor comercial e marketing da Agrale, Flávio Crosa, que não soube informar o valor do investimento. “Mas nós sabemos que este é um segmento que exige muito dos equipamentos, que trabalham em condições hostis, sendo que em alguns casos até 23 horas por dia”, complementou. Há mais de 30 anos a empresa é líder no segmento até 40 cv de potência.

“Os sinais indicam que o setor agrícola como um todo tende a crescer e os tratores de alta potência certamente seguirão o mesmo caminho”, assinala Crosa. “O pior momento já passou. As perspectivas no segmento dos grãos e as boas condições climáticas são pontos favoráveis para o agricultor na safra 2006/07”, acrescenta. Até o final deste ano ele pretende mudar o mix dos tratores na Agrale.

Em 2006, de um total de 1,1 mil unidades produzidas – volume 27% superior ao de 2005 – cerca de 50% foram modelos de baixa potência, 30% de média e 20% de alta potência. “Estamos indo com muita cautela, porque sabemos que este é um segmento bastante exigente”, comenta Crosa, evitando antecipar qualquer tipo de projeção. “A única coisa que posso dizer é que este mercado caiu tanto nos últimos dois anos que agora tende a crescer naturalmente. Vai recuperar espaço”, diz.

“Nosso produto tem competitividade e, além disso, um diferencial dito pelo próprio mercado: o conceito é dos melhores”, gaba-se o diretor comer-cial, que não vê a hora de março chegar. “As vendas acontecem, tradicionalmente, no período de março a outubro”, informa, ressaltando que oferece os tratores de alta potência com motor MWM opção diesel e B5. “A projeção para 2007 é crescer 10%, mas tomara que dê 20%”, estima.

Embora os números ainda não estejam fechados, Crosa calcula que no ano passado a Agrale obteve receitas de R$ 430 milhões, 6% acima do montante registrado em 2005. O segmento tratores participa com 20%. “Pretendemos crescer menos nos tratores de baixa potência, crescer um pouco nos médios e muito nos de alta potência”, torce.

kicker: Expectativa da empresa é de aumento da demanda de tratores para grãos e cana-de-açúcar. Investimentos inicias serão no Sudeste

(Gazeta Mercantil/Caderno C – Pág. 7)(Guilherme Arruda)