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Açúcar: Resistência volta para 16 cents com dólar e clima no Brasil

Açúcar: Resistência volta para 16 cents com dólar e clima no Brasil

Os futuros de açúcar demerara iniciaram a semana em alta na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). A queda do dólar ante o real e a expectativa quanto às chuvas que chegam a partir de hoje a áreas produtoras de São Paulo contribuíram para os ganhos. Com a movimentação, os contratos voltaram a se aproximar dos 16 cents/lb, que figuram como resistência inicial.

A previsão aponta para precipitações não muito fortes no Centro-Sul do País ao longo desta semana, mas por serem o primeiro episódio de chuvas da temporada, deixam o mercado sensível. Paralelamente, o dólar voltou a ceder ontem, desestimulando a fixação de vendas brasileiras neste momento de intensificação dos trabalhos de safra. A divisa encerrou em R$ 3,5487 (-0,51%).

Em relatório semanal, Arnaldo Luiz Corrêa, da Archer Consulting, destaca que “os fundamentos continuam construtivos” para o longo prazo, já que a safra indiana foi revisada para baixo, os canaviais da Tailândia foram afetados pela seca e o petróleo está acima de US$ 40 por barril. Mas ele faz ponderações. “O que mata esse sentimento altista de longo prazo é o sentimento baixista de curto prazo, validado pela falta de demanda do físico; pelo ritmo de moagem no Centro-Sul, que está acima do que se previra; e pela pressão de venda do hidratado”, explicou.

Na mesma linha, Nick Penney, da Sucden, avalia que a safra brasileira pode jogar pressão contra o viés de alta que se desenha para os próximos meses. A consultoria prevê uma expressiva moagem de 28 milhões de toneladas para a primeira quinzena de abril, mais do que o dobro na comparação com as 13 milhões de toneladas de igual momento do ano passado. Os dados devem ser divulgados pela União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) em breve.

Ontem, maio subiu 37 pontos (2,42%) e terminou em 15,63 cents/lb. Julho avançou 42 pontos (2,71%) e encerrou em 15,89 cents/lb, com máxima no dia de 15,95 cents/lb (mais 48 pontos) e mínima de 15,41 cents/lb (menos 6 pontos). O spread maio/julho variou de 21 para 26 pontos de prêmio para o segundo contrato da tela.

O Indicador de Açúcar calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) fechou a segunda-feira em R$ 76,25/saca (+0,53%). Em dólar, ficou em US$ 21,48/saca (+1,18%).

Conforme o centro de estudos, a vantagem da venda do cristal no spot paulista frente às exportações diminuiu na semana passada para menos da metade do verificado na semana imediatamente anterior. O rendimento foi de 9,57%. Enquanto a média semanal do Indicador de Açúcar Cristal Cepea/Esalq foi de R$ 75,98/saca, as cotações do contrato maio na ICE Futures US equivaleriam a R$ 69,34/saca.

Fonte: (Agência Estado)