Um forte crescimento na produção mundial de açúcar pode ainda não ser suficiente para atender o crescimento do consumo, que tem se mantido constante. A avaliação é da Organização Mundial do Açúcar (ISO em inglês), divulgada ontem em seu relatório mensal de mercado.
A ISO previu recentemente que a safra mundial 2005/2006 de açúcar chegará a um recorde de 149,6 milhões de toneladas, o que é ainda abaixo da previsão de consumo mundial para o mesmo período, de 150,6 milhões de toneladas.
“As tendências para o mercado continuam construtivas, com possibilidade de leve queda nos preços”, disse o relatório da ISO. Um dos destaques foi o fato de que a produção de cana-de-açúcar no Brasil estar sendo usada tanto para álcool quanto açúcar, com o mercado passando a ser percebido como um mercado de energia.
A ISO destacou que as usinas do centro-sul brasileiro produziram 15,87 milhões de toneladas de açúcar até 16 de setembro, um aumento de 9,2% no ano. No mesmo período, a produção de álcool foi maior, de 9,9 bilhões de litros, alta de 20,8% no ano. “O maior crescimento de álcool deve se acentuar no futuro”, diz o relatório.
Citando a imprensa brasileira, o relatório aponta que 12 das 20 usinas que entrarão em funcionamento no centro-sul brasileiro vão produzir apenas álcool no primeiro ano de funcionamento.
O relatório explica também que o mercado refinado em Londres tem subido menos nas últimas semanas que o de demerara em Nova York porque existem mais estoques mundiais de refinado. As exportações da União Européia são estimadas em um volume superior a 6 milhões de toneladas em 2005/2006. As informações são da Dow Jones.