Os preços do açúcar devem subir e alcançar sua maior alta dos últimos 24 anos em 2006 devido ao fato de o Brasil, o maior produtor mundial da commodity, estar utilizando uma parcela maior de sua safra de cana-de-açúcar para fabricar combustíveis automotivos e a demanda por edulcorantes nos Estados Unidos ter se recuperado.
Este ano, o preço médio do açúcar demerara será de 14,74 centavos de dólar a libra-peso na Bolsa de Nova York, superior à cotação média de 10,03 centavos de dólar de 2005, segundo a mediana das estimativas de 17 operadores, analistas e compradores do setor ouvidos pela Bloomberg. Os preços provavelmente alcançarão 18 centavos de dólar ou mais por libra-peso, seu maior valor desde 1981, disse a maioria dos participantes da pesquisa.
O Brasil está convertendo uma parcela maior de sua produção de cana-de-açúcar em etanol após os preços da gasolina terem disparado e alcançado seu recorde. Uma seca observada na Tailândia, que já foi o segundo maior exportador de açúcar, e a possibilidade de redução das vendas externas da União Européia (UE) estão agravando a escassez de oferta e elevando os custos de empresas como a Coca-Cola Co., maior fabricante mundial de refrigerantes.
“Não há dúvida de que o mercado está se aquecendo”, disse Edward Makin, principal executivo da Rogers Sugar Income Trust, empresa de Montreal que controla o maior grupo de refino de açúcar do Canadá. “Eu não sei se os preços chegarão a 25 centavos (de dólar), mas estou ouvindo muita gente falar em 20 centavos”.
Os preços apresentaram aceleração maior no final do ano passado, após os EUA terem aumentado suas importações devido aos danos causados pelos furacões Katrina e Rita a suas lavouras de cana-de-açúcar.
A demanda mundial por etanol deve quadruplicar até 2010, diz analista. “Daqui a três anos haverá cargueiros gigantescos transportando etanol pelos mares, da mesma forma que ocorre hoje com os petroleiros”.