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Açúcar fecha em inéditos US$ 19,3, em Chicago

Os contratos futuros de açúcar refinado subiram para sua maior cotação desde 1989 em Londres, puxados por especulações de que Estados Unidos e Rússia vão aumentar suas importações do produto. O contrato de açúcar refinado para entrega em maio chegou a subir US$ 6,50, ou 1,4%, para 463,50 a tonelada na bolsa Liffe de Londres. Essa é a cotação mais elevada para o contrato mais próximo do vencimento, o mais negociado, desde 14 de julho de 1989. O açúcar para março fechou a US$ 451,30, em alta de 0,9%, depois de atingir máxima de US$ 457,50. Em Chicago, os contratos para março fecharam a US$ 19,3 centavos de dólar, depois de atingirem máxima de 19,73 centavos por libra peso, na maior cotação em pelo menos 25 anos.

Os preços do açúcar refinado subiram 71% no último período de 12 meses, pressionados por especulações de que o Brasil, o maior produtor mundial de açúcar, vai canalizar maior volume de cana-de-açúcar para a produção do combustível etanol, como alternativa à escalada dos preços da gasolina. Além disso, a União Européia (UE) precisa reduzir suas exportações de açúcar refinado para cumprir determinação da Organização Mundial de Comércio (OMC). “Os determinantes estruturais (da alta do mercado) são a demanda por etanol e a oferta de açúcar da UE”, disse Jolly.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, pelas iniciais em inglês) disse que autorizará a importação de volumes adicionais de açúcar depois que os furacões que se abateram sobre os EUA no ano passado interromperam o abastecimento interno. As cotas de importações foram suspensas no país por quatro vezes desde agosto. Além disso, as tomadas de preços para formulação de pedidos por parte da Rússia, o maior importador mundial de açúcar, se intensificaram nas últimas semanas, disse a corretora Sucden (U.K.) Ltd. em relatório.

“As perspectivas de importação de açúcar por Estados Unidos, Rússia e Paquistão ajudam a manter o ímpeto do mercado”, disse Lindsay Jolly, economista-sênior da Organização Internacional do Açúcar de Londres. “Se as pessoas acreditam que precisam de um motivo para continuarem otimistas, obtiveram-no com os preços do açúcar.’

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush fixou a meta de substituir 75% dos combustíveis importados, provenientes do Oriente Médio, por etanol e outros combustíveis alternativos até 2025. Os países europeus e asiáticos estão estudando a possibilidade de adotar o etanol como maneira de reduzir as emissões de gás carbônico vinculadas ao fenômeno do aquecimento global.

O combustível é produzido a partir do milho nos EUA e a partir da cana-de-açúcar no Brasil. O açúcar subiu também puxado por indícios de fortalecimento da demanda por parte de outras regiões do mundo.