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Açúcar é transportado sem contato manual no Porto do Recife

O Porto do Recife, na confluência e às margens dos rios Capibaribe e Beberibe, zona Leste da capital pernambucana, é uma das portas de saída do Estado para o açúcar. Lá o VHP produzido pelas usinas associadas ao Sindaçúcar, que encontram 43.142 m² de instalações para a exportação da commodity que, em 2008, alcançou 424,6 mil toneladas.

No pico da safra, o porto recebe cerca de 150 caminhões de açúcar por dia, com capacidades de 40, 50 ou 60 toneladas cada. O veículo é pesado com a carga, que em seguida é despejada numa tramóia. Durante o processo, um funcionário do Sindaçúcar recolhe amostras do açúcar VHP, que segue para o armazém de estocagem por um sistema de esteiras subterrâneas.

Nos dois armazéns do Sindaçúcar existem quatro células de estocagem. Cada uma tem capacidade para 40 mil toneladas. O limite da “montanha” de açúcar é controlado por um sensor de altura. A reportagem não pôde fotografar o local porque, segundo o supervisor de Segurança Portuária Sérgio Roberto dos Santos, o fino pó do açúcar que fica no ar é inflamável.

Quando o navio aporta para ser carregado, o açúcar é levado ao sistema de esteiras por duas máquinas Roppele, fabricadas pela francesa Fives Lille Cail. O produto passa pela balança de fluxo, que pesa o açúcar enquanto transporta. Todo o sistema é digital. O carregamento fica por conta do Appa Board, que possui um “braço” (boyer) para despejar o açúcar no porão do navio.

A capacidade de carregamento do navio é de 800 toneladas por hora. “Antes trabalhávamos com 1.000 toneladas por hora, mas baixamos a capacidade para preservar os equipamentos, mas sem comprometer o trabalho”, disse Sérgio. Todo o processo, desde a pesagem do caminhão até o carregamento do navio é feito sem contato manual com o açúcar.

Um navio graneleiro com capacidade para 20 mil toneladas de açúcar é carregado em pouco mais de dois dias, caso não chova ou haja algum problema técnico. O Sindaçúcar conta com 50 empregados, das áreas operacional e administrativa, que trabalham em turnos. Com o navio aportado, a operação de carregamento é feita 24 horas por dia.