Mercado

Açúcar atinge maior cotação em 15 anos da redação, com agências

Os preços do açúcar branco negociados na Bolsa de Londres (Liffe) subiram cerca de 7,5% ontem, para o maior nível em mais de 15 anos, com compras de especuladores, cobertura de posições vendidas e perspectiva de que o Brasil irá direcionar mais cana para a produção de álcool. O contrato para março subiu para US$ 431 por tonelada, com alta de quase US$ 30 sobre a sexta-feira e o maior patamar desde maio de 1990, antes de fechar em US$ 403,60 por tonelada ainda com alta de US$ 2,50 no dia. Em Nova York, as cotações chegaram ao maior nível em quase 25 anos.

Traders e analistas afirmaram que os contratos, que perderam boa parte dos ganhos até o fechamento, devem testar novas máximas uma vez que paira sobre o mercado a perspectiva de um déficit na oferta. Além disso, fundos colocam mais dinheiro no mercado de açúcar. “É uma febre do açúcar”, afirmou um operador.

Em Nova York, os preços do açúcar bruto subiram para novas máximas em 25 anos devido principalmente à expectativa de que o Brasil direcione mais cana para a produção de álcool, em detrimento do açúcar. O açúcar bruto para março chegou a 18,75 centavos de dólar, maior preço desde junho de 1981.”É o momento de toda trading estar extremamente altista”, afirmou um analista. “O mercado está se auto-alimentando.”

A corretora britância SucDen disse que um fechamento sustentado acima de US$ 400 a tonelada seria altista para o açúcar branco.

O analista técnico Cliff Green afirmou que o mercado parece ter fôlego para desafiar a máxima desde maio de 1990, de US$ 458 a tonelada, e mesmo a máxima desde julho de 1989, de US$ 468. Mas ele acrescentou que a velocidade de avanço do mercado deixa-o vulnerável para fortes movimentos de baixa. “Estamos entrando em uma fase mais perigosa e volátil. Quando ele cair, não haverá muito suporte”, disse Green.