Mercado

Acordo vai baratear o álcool

O governo fechou ontem um acordo com os usineiros do Centro-Sul para estancar a alta no preço do álcool. Pelo acerto fechado, o preço máximo do álcool vendido da usina para a distribuidora será de R$ 1,05. O combustível estava sendo negociado a R$ 1,08. Isso poderá contribuir para uma ligeira queda no preço desse combustível para o consumidor final em Estados do Nordeste, como Pernambuco.

A medida começa a valer imediatamente. Mesmo com o acordo selado,o governo não garante, no entanto, que o consumidor pagará menos no momento de abastecer o carro.

Durante as negociações com os usineiros, o governo sinalizou que deverá zerar a alíquota do Imposto de Importação sobre o álcool (veja matéria abaixo), que hoje é de 20%. Isso contribuiu para os produtores aceitarem a proposta do governo de baixar o preço do combustível.

Cálculos feitos pelo analista do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), Rafael Schechtman, mostram que com essa medida a queda no preço da gasolina na bomba poderia ser, em média, de R$ 0,01 por litro. Isso ocorreria por causa da mistura obrigatória de álcool anidro à gasolina. Já no caso do álcool hidratado (usado nos motores movidos a álcool), a redução para o consumidor final seria de R$ 0,03. “O mais importante é que o acordo vai evitar o aumento dos preços”, afirmou o diretor do Sindicato das Distribuidoras (Sindicom), Dietmar Schupp. O produto subiu cerca de 8% no ano passado e estava subindo mais neste início de ano.

Como contrapartida à redução do preço do combustível na usina, o governo se comprometeu a definir, até maio, quando grande parte das empresas do Centro-Sul estarão produzindo, formas de financiamento mais baratas para aumentar os estoques de álcool.

Ainda na reunião, o governo aventou a possibilidade de aumentar os impostos sobre automóveis bicombustíveis, o que tornaria esses veículos mais caros do que os só a gasolina e, a médio prazo, reduziria a demanda por álcool.

LOCAL – O presidente do Sindicombustíveis, Joseval Alves, afirmou ontem que ocorrerá uma diminuição no preço do álcool para o consumidor final, se o acordo resultar numa redução dos preços cobrados pelas distribuidoras na venda do combustível.

Os produtores do Centro-Sul são responsáveis por 85% da produção de álcool em todo o País. Em Pernambuco, se consome o álcool produzido localmente. Executivos que atuam na área de combustível afirmaram que o aumento do álcool não deveria ter ocorrido em Pernambuco, porque a moagem está ocorrendo agora nos Estados do Nordeste. No entanto, devido à seca a produção de álcool do Estado terá uma diminuição de 100 milhões de litros nessa moagem.