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Acordo não avança e Galo Bravo fica parada

Nem a trégua com cortadores de cana, na última sexta-feira, tornou possível a retomada das atividades da usina Galo Bravo, a única de Ribeirão Preto, que continuou parada ontem.

Apesar de cerca de 350 trabalhadores terem ido para os canaviais da usina no final de semana, o setor industrial não moeu nenhum quilo de cana até o final da tarde de ontem. A paralisação já dura quase um mês.

Pelo acordo feito entre trabalhadores e os donos da Galo Bravo, o etanol e o açúcar processados a partir de ontem seriam usados para pagar parte dos salários atrasados dos funcionários.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Fabricação do Álcool, Químicas e Farmacêuticas, Pedro Jesus Sampaio, disse que parte dos 400 contratados do setor industrial foram à usina ontem, mas nenhum deles trabalhou.

Ainda na tarde de ontem, cerca de 80 ex-cortadores de cana da Galo Bravo foram à gerência regional do Ministério do Trabalho fazer uma reclamação contra a usina.

Segundo o diretor da Feraesp (Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo), Eduardo Porfírio, eles foram dispensados pela Galo Bravo na manhã de ontem, mas não receberam os salários atrasados nem os direitos trabalhistas devidos.

Administrada pelo empresário Ricardo Mansur desde agosto do ano passado, a Galo Bravo voltou para as mãos dos Balbo na semana passada. Eles acusam Mansur de desviar pelo menos R$ 10 milhões da empresa.

A Folha tentou contato por três vezes com o atual administrador da Galo Bravo, Alexandre Balbo, mas ele não ligou de volta. O Procurador do Trabalho Charles Lustosa disse que ações para a cobrança dos salários e direitos foram tomadas. Ele espera uma decisão judicial para o pagamento.