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Ações da Cosan subiram 65,9% no ano

Na onda de alta dos preços do álcool combustível, do interesse internacional pelo produto e da escassez nas bombas, a Cosan, uma das maiores produtoras de açúcar e de álcool do mundo, comemora a disparada de suas ações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Entre 2 de janeiro e ontem, os papéis da companhia subiram 65,9%, contra uma alta geral de 16,94% do Ibovespa. Apenas em janeiro, as ações da Cosan subiram 30,9% e, no dia 30 daquele mês, já valiam R$ 89,25. No pregão de ontem, o papel da companhia acompanhou a queda da Bovespa e fechou em R$ 113,05, com recuo de 2,54%.

— Houve uma conjunção de fatores positivos para a empresa nesse período. Entre eles, a escassez de álcool no mercado nacional, a demanda externa e, claro, a disparada dos preços. A Cosan chegou à bolsa no momento certo. O desempenho de suas ações surpreendeu — disse Luiz Caetano, analista da Banif Primus Corretora.

Com a recente aquisição das ações do Grupo Corona, uma das mais tradicionais companhias do setor sucroalcooleiro do país e proprietária das usinas Bonfim e Tamoio, a Cosan tornou-se não apenas a maior exportadora de açúcar do mundo, como reafirmou sua estratégia no segmento de álcool. O valor do negócio, concretizado no dia 6 de fevereiro, foi de R$ 398,6 milhões, recursos provenientes da abertura de seu capital. Além das usinas, os ativos do Grupo Corona incluem aproximadamente seis mil alqueires de terras. As duas usinas têm capacidade de moagem de seis milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano.

Para Caetano, da Banif, foram bons os ventos para a Cosan desde novembro do ano passado, quando iniciou as negociações na Bovespa.

— Por ser a única do setor de agronegócio (excluindo as de alimentos) a abrir seu capital, acabou se beneficiando pelo pioneirismo e pelas informações positivas — disse Márcio Kawasaki, da Fator Corretora.