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Ação da Petrobras chega a cair mais de 3% à espera de balanço

Ação da Petrobras chega a cair mais de 3% à espera de balanço

As ações da Petrobras caem nesta quarta-feira (22), com investidores à espera da divulgação, após o fechamento do mercado, do balanço auditado da estatal, com os resultados de 2014.

Como os papéis da empresa já subiram cerca de 60% desde o menor valor em 11 anos registrado em 30 de janeiro (R$ 8,18 para a ação preferencial, mais negociada, e R$ 8,04 para a ordinária, menos negociada e com direito a voto), muitos investidores optam por vender ações e embolsar parte dos lucros antes da apresentação do documento com os resultados financeiros da companhia.

Às 10h32, as ações preferenciais caíam 3,28%, para R$ 12,66. E as ordinárias, menos negociadas e sem direito a voto, recuavam 2,64%, para R$ 12,89. Foram os menores preços do dia até o momento.

Às 10h43, os papéis preferenciais tinham queda de 1,22%, para R$ 12,93. No mesmo horário, as ações ordinárias caíam 0,67%, para R$ 13,15.

Às 10h46, o Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, tinha alta de 0,92%, para 54.257 pontos, interrompendo sequência de três quedas.

No balanço, a petrolífera deve incluir as baixas contábeis pelo esquema de corrupção revelado na Operação Lava Jato. A divulgação está prevista para as 18h, mas o horário de divulgação pode atrasar dependendo de quando a reunião do Conselho de Administração da Petrobras terminar.

Os investidores esperam entender a verdadeira situação financeira da empresa, afirma Marco Aurélio Barbosa, analista da CM Capital Markets.

“Mesmo levando em consideração o aumento da produção de óleo e gás e o reajuste de preços no fim do ano, além do lucro acumulado de R$ 10,3 bilhões até junho de 2014, há a possibilidade que a estatal encerre o exercício de 2014 com prejuízo, com efeito no pagamento de proventos [aos acionistas]”, diz.

PAGAMENTO AOS ACIONISTAS

Se não houver lucro, a empresa não deverá pagar dividendos [parcela do lucro distribuída entre os acionistas], algo que não ocorreu pelo menos nos últimos 20 anos. A possibilidade havia sido aventada em janeiro pelo ex-diretor financeiro Almir Barbassa, que previu tal hipótese em caso de “estresse financeiro”

O trabalhador que investiu, em agosto de 2000, parte dos recursos do FGTS em fundos que aplicam em ações ordinárias da empresa tiveram vantagem. Desde então, os fundos acumularam ganhos de 186,90% até 10 de abril, contra valorização de 96,19% do FGTS.

Vale lembrar que, em seu auge, esses fundos que aplicam em Petrobras chegaram a render 1.346,31% –em 21 de maio de 2008, dia em que os papéis da estatal atingiram seu máximo (R$ 62,30).

DÓLAR

No mercado cambial, o dólar opera em leve alta em relação ao real. Às 10h47, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha alta de 0,05%, para R$ 3,035. No mesmo horário, o dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, subia 0,26%, também para R$ 3,035.

Grécia continua no radar dos investidores nesta sessão. De acordo com autoridades da União Europeia, o país não vai apresentar uma lista de reformas econômicas aos ministros de Finanças da zona do euro na sexta-feira. No entanto, o governo grego deve ter dinheiro para honrar suas obrigações até junho, estima a autoridade da UE.

Thomas Wieser, que chefia o Grupo de Trabalho do Eurogrupo que prepara as decisões para as reuniões dos ministros, disse que a Grécia, de qualquer modo, precisará fornecer uma lista no mês que vem.

A Grécia, que está ficando sem dinheiro, disse a seus parceiros da zona do euro em fevereiro que até o final de abril chegaria a um acordo com credores sobre uma lista abrangente de reformas para conseguir os 7,2 bilhões de euros remanescentes de seu resgate.

No Brasil, o deficit nas transações de bens, serviços e rendas com outros países ficou em US$ 103,98 bilhões em 2014, considerando a nova metodologia que passa a ser adotada pelo Banco Central a partir desta quarta-feira. Pela regra anterior, havia ficado em US$ 90,95 bilhões no ano passado.

Com a mudança na fórmula de cálculo e as revisões do PIB (Produto Interno Bruto), o resultado do ano passado passa de 4,17% para 4,43% do PIB.

(Fonte: Folha de São Paulo)