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A velha Kombi ganha motor bicombustível

A Kombi, veículo mais antigo em produção no Brasil, passa a ser equipada com motor bicombustível, tecnologia que permite o abastecimento com álcool, gasolina ou a mistura de ambos.

Com o novo sistema, a Volkswagen espera ampliar as vendas em 3 mil unidades no próximo ano. Líder no segmento de utilitários, no qual disputa com sete produtos, vários deles importados, a perua de mais de meio século de idade deve vender este ano 12 mil unidades, passando para 15 mil em 2006. Com esse volume, a linha de montagem da Kombi vai operar no limite de capacidade na fábrica de São Bernardo do Campo.

O modelo, que começou a ser importado em meados da década de 50 e inaugurou a linha de montagem da Volkswagen do Brasil, em 1957, também passa a ter motor arrefecido a água. O sistema a ar será aposentado. O motor escolhido é o 1.4, até agora disponível apenas nos modelos Fox para exportação. A Kombi Total Flex começará a ser vendida em janeiro.

O novo sistema garante ao modelo 25% a mais de potência em relação ao atual, com motor 1.6, quando abastecido com álcool, ou 34% se a opção for gasolina. O consumo será 30% inferior à versão refrigerada a ar, diz o diretor de Vendas e Marketing da Volks, Paulo Sérgio Kakinoff. Segundo ele, o preço da linha atual não será alterado. A versão furgão custará a partir de R$ 36.192 e a standard, a partir de R$ 37.879.

Na parte externa, quase nada muda. A frente recebeu grade para o radiador. Já o painel de instrumentos passa a ter comandos digitais. Desde seu lançamento, inicialmente importada da Alemanha, a Kombi vendeu 1,5 milhão de unidades no País.

Kakinoff reconhece que o projeto da Kombi é antiquado e, em 52 anos, a concepção da carroceria manteve-se praticamente inalterada. Mas é um produto que atende um público específico e que não tem concorrência na relação custo/benefício. O concorrente mais próximo, a perua H100, da Hyundai, custa o dobro do preço. A Kombi detém 53% do mercado de peruas. Em segundo lugar está a Ducato, da Fiat, com 15%.

Com a nova Kombi, a Volks passa a ter mais de 90% da linha de produtos fabricados no País com motor flexível. Santana e Golf, únicos ainda sem a tecnologia, vão adotar o sistema em 2006, diz o gerente de Engenharia da empresa, João Alvarez.

Em novembro, 70% dos automóveis vendidos no Brasil foram equipados com motor flexível.