Há alguns anos, as usinas descobriram que uma das fontes mais importantes de geração de energia do país, não seria apenas utilizada para uso interno das unidades, mas para a venda. A biomassa da cana, que hoje não apenas se resume em bagaço, tem um potencial ainda maior no campo com a exploração das pontas e da palha. Além das usinas sucroenergéticas, outras empresas também descobriram que poderiam investir nesse potencial, como é o caso da CPFL Renováveis. Apesar da crise que afligiu o setor nas últimas safras, a geração de renda a partir da biomassa é um investimento ainda não totalmente explorado, mas lucrativo e continua sendo alvo de novos projetos que entrarão em operação em 2013, como é o caso das UTE Cachoeira Dourada, de Goiás; da UTE Paulicéia, de São Paulo e de duas novas UTEs da CPFL, a Bio Coopcana do Paraná e a Bio Alvorada, de Minas.
A diversificação foi um dos principais atrativos que levou a CPFL Renováveis investir nas parcerias com usinas sucroenergéticas. Somando as quatro fontes de energia renovável em que a companhia atua – PCHs, parques eólicos, biomassa e solar (com a recém-inaugurada usina de Tanquinho, em Campinas – SP) – o portfólio da CPFL Renováveis conta com 1.154 MW em operação. Desse volume, a cogeração de energia da cana, com as seis unidades em funcionamento e mais duas que entrarão em operação no segundo trimestre de 2013, representará 32% do potencial gerado pela empresa. “Hoje há um equilíbrio entre fontes hidráulicas e térmicas, e a energia eólica lidera o ranking de potência instalada da empresa, com 550 MW. Pensamos na diversificação de nossos ativos já que o setor elétrico brasileiro é fundamentado no recurso hidráulico. Sabemos da necessidade da diversificação e operação integrada com outros recursos como vento, sol e biomassa. A combinação dos potenciais energéticos permite mitigação de riscos setoriais”, lembra João Martin, diretor de engenharia e obras da CPFL Renováveis.
Segundo ele, no final do ano a capacidade de operação hidráulica será próxima a da térmica. “Essa companhia cresce diversificando, atuando em estados diferentes e pulverizando projetos. Temos interesse de continuar crescendo na linha da biomassa e ampliar nossa condição de matriz diversificada. As oito plantas em operação contaram com investimentos da ordem de R$ 1 bilhão, um recurso relevante para a empresa”, reforça.