Algumas semanas atrás acompanhei o presidente George Bush a São Paulo para um dia intenso de reuniões e encontros que terão um impacto significativo para o futuro das relações EUA-Brasil. Posso dizer que, ao final daquele dia, o presidente e a sra. Bush ficaram plenamente satisfeitos com a visita. Eles gostaram particularmente de se encontrar com muitos paulistanos, em especial na Associação Meninos do Morumbi, onde conversaram (e dançaram) com muitos jovens promissores que representam o futuro brilhante do Brasil. Em nome do presidente e da sra. Bush, quero agradecer a todos os paulistanos pela hospitalidade e por terem suportado as inconveniências causadas pela visita presidencial.
O presidente Bush foi calorosamente recebido pelo presidente Lula e, no decorrer de um encontro bilateral prolongado, eles se concentraram em discutir maneiras como os dois países poderiam cooperar, não somente na questão dos biocombustíveis, mas também nas áreas de saúde, educação e no apoio às instituições democráticas na América Latina e no resto do mundo. Houve muita convergência de opinião e uma troca positiva de idéias e do compromisso compartilhado de aprofundar ainda mais os nossos vínculos, que certamente terá continuidade durante a visita do presidente Lula a Camp David no dia 31 de março. Essa será a primeira visita dessa natureza de um líder latino-americano durante a Presidência de Bush.
Muito foi realizado durante a visita do presidente Bush. Primeiro, o Memorando de Entendimento sobre biocombustíveis, assinado pela secretária Rice e o ministro Amorim, abre caminho para um aumento sem precedentes da cooperação bilateral em um campo que não trará benefícios apenas para os nossos dois países, mas também tem o potencial de transformar as economias dos países menores do hemisfério e ajudá-los a sair da pobreza. Com incentivo ao desenvolvimento de combustíveis limpos, podemos gerar empregos e renda, ajudar a proteger o meio ambiente e estimular o investimento no setor privado. A produção maior de etanol permitirá que os países da América Latina, do Caribe e da África com pouca disponibilidade financeira reduzam sua dependência do dispendioso petróleo importado – liberando assim recursos para o aumento do desenvolvimento social. Brasil e Estados Unidos, como parceiros, estarão democratizando esse novo recurso energético transformador.
A visita do presidente Bush à América Latina enfatizou o compromisso dos EUA de promover maior desenvolvimento econômico e justiça social e garantir que os nossos povos colham os benefícios da democracia. A visita ao Brasil certamente deu o tom.
Em suas conversas, os dois presidentes ressaltaram o fato de que, na década de 1970, alguns países na América Latina trocaram a ditadura militar pelo regime democrático. Atualmente, esses mesmos países têm-se expressado por meio do poder do voto democrático e é mais importante do que nunca não perder a fé de nosso povo e de nossos vizinhos.
Resolver o impasse da Rodada Doha trará muitos benefícios para americanos e brasileiros e os presidentes conversaram bastante sobre isso. Esse assunto é tão importante que nossa representante de Comércio, embaixadora Susan Schwab, permaneceu no País por mais um dia para dar continuidade ao seu diálogo com o ministro Amorim e os líderes empresariais locais. A resolução e o avanço do comércio global é uma questão importante para ambos os presidentes, e eles buscam ativamente formas de encontrar uma solução.
No momento, estamos vivendo um período intenso neste ano de engajamento e diálogo, cuja soma produzirá resultados tangíveis. Pouco antes do acordo histórico sobre biocombustíveis, assinei um novo acordo sobre ciência e tecnologia para ampliar a cooperação bilateral em saúde, ciência e meio ambiente. Logo após a cúpula de 9 de março, assinei um Acordo para o Intercâmbio de Informações Relativas a Tributo com o diretor da Polícia Federal, Jorge Rachid, que visa promover a aplicação eficaz da lei, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Estamos na expectativa de negociar outros acordos que poderão aumentar nosso comércio bilateral.
Na última sexta-feira, o Brasil e os Estados Unidos anunciaram a criação de um Fórum de CEOs EUA-Brasil. Esse novo fórum bilateral será convocado pelo Planalto e pela Casa Branca, e será co-presidido pelo ministro de Comércio e Desenvolvimento e pelo secretário de Comércio. O objetivo do fórum é expandir nosso relacionamento de comércio e investimento com o Brasil.
Nosso relacionamento estratégico é de muitas formas liderado por nossos dois presidentes. O presidente Bush e o presidente Lula têm uma relação excelente, fundamentada pelo respeito mútuo e amizade sincera. Esse relacionamento ditará o tom para os próximos anos em nosso crescimento como verdadeiros parceiros.