O Brasil é um dos países com maior potencial para geração de bioeletricidade do planeta, com suas hidrelétricas, usinas termelétricas a biomassa de cana e outras fontes de energia renovável. No entanto, o País está preparado para suprir a demanda nos próximos 10 anos?
Em entrevista ao JornalCana, o diretor da Nascon Agroenergia, Onório Kitayama, fala sobre o cenário de indefinições da matriz energética brasileira e os possíveis entraves para o crescimento. O especialista comenta sobre o interesse do setor de açúcar e etanol pela geração de energia, sobre as expectativas do pré-sal, além do plano decenal do governo.
Kitayama chama a atenção para a necessidade de se definir prioridades no setor energético, que deve contemplar a biomassa de cana, com a criação de regras para o avanço do setor, com preços, financiamentos, regras e incentivos fiscais que permitissem romper a resistência dos empreendedores e atender os objetivos energéticos do País.
JornalCana – Qual o panorama do potencial da bioeletricidade no Brasil ?
Onório Kitayama – O Brasil possui 110 GW de capacidade instalada total de geração elétrica, e desta a bioeletricidade a partir do bagaço e palha da cana, representa 6 % do total. Se considerarmos um crescimento do PIB da ordem de 5% ao ano, significa que a ampliação da oferta de energia elétrica precisa crescer próximo a 50% até 2020 para atender a demanda.
O potencial de geração da bioeletricidade, que hoje já é significativa, também deverá crescer acima desse percentual para atender a demanda desse mercado, em função do aumento dos mercados de etanol e açúcar. No fundo, não falando em números, poderia crescer proporcionalmente, mantendo o share de 6%, ou avançando essa participação, com o crescimento dessa energia renovável, limpa e disponível, próximo aos centros de demanda do País. Isso porque a oferta de combustíveis de biomassa pode crescer acima do aumento da demanda de energia elétrica.
Esse crescimento de participação depende, fundamentalmente, de definições estratégicas do governo federal e das políticas que forem definidas para a nossa matriz energética. Pelo plano decenal do Governo, não é contemplado para a biomassa do bagaço, mas sim para a energia hidrelétrica da Amazônia.
Leia a entrevista completa no JornalCana 210.