Um estudo ecológico do Nordeste, o agrário, não o pastoril, aquele da cana-de-açúcar, que se alonga por terras de massapê e por várzeas do norte da Bahia ao Maranhão, sem se afastar da costa, é a proposta da exposição fotográfica O Nordeste da cana-de-açúcar, que a Casa Jornal do Brasil em Paraty, em parceria com a Fundação Gilberto Freyre, irá abrigar durante os quatro dias da Flip.
– A exposição é baseada no livro Nordeste, de Gilberto Freyre, publicado em 1936, e ainda atual – explica Gilberto Freyre Neto, também sociólogo como o avô. – A partir de trechos da obra, escolhemos a mostra de fotos, que seguem os capítulos intitulados A cana e a terra, A cana e a água,A cana e o homem, entre outros.
A ideia é adocicar a boca do público.
A programação da Casa Jornal do Brasil – que pelo terceiro ano consecutivo marca presença em Paraty – será dedicada inteiramente ao sociólogo e historiador pernambucano, o grande homenageado da festa literária internacional, que começa no dia 5 e vai até 8 de agosto.
Um livro inédito de Freyre, De menino a homem – diário íntimo seguido de recordações pessoais de sua trajetória nos Estados Unidos e de sua relação com Getulio Vargas, entre outras – será lançado na ocasião.
– É com alegria que fizemos este livro, cujos originais estavam no arquivo da Fundação. Chamo a atenção para a riqueza do caderno de imagens que acompanha o volume – diz Gilberto Freyre Neto.
A Casa vai exibir o documentário Casa-Grande & senzala, com a presença do realizador Nelson Pereira dos Santos. Um dos maiores estudiosos da vida do historiador, o ensaísta Edson Nery da Fonseca, fará a palestra A civilização do açúcar na obra de Gilberto Freyre . Outra palestra, M odos e modas da civilização do açúcar, estará a cargo da antropóloga Fátima Quintas e do estilista Eduardo Ferreira.
Sempre em torno do autor pernambucano internacionalmente conhecido, haverá o coquetel de lançamento de três livros: Gilberto Freyre e a modernidade dos trópicos, de Valéria da Costa e Silva; Es critos de Joaquim Nabuco por Gilberto Freyre; e Diá logos contemporâneos, de Antônio Campos.