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Mercado favorável de exportação de milho e açúcar

A empresa de logística ALL obteve lucro líquido consolidado de R$ 16,9 milhões nos três últimos meses de 2010, invertendo o prejuízo de R$ 63,7 milhões registrados no mesmo período do ano anterior. O volume transportado consolidado subiu 27,6%, para 11,17 bilhões de toneladas por quilômetros úteis (TKUs). No acumulado do ano o lucro alcançou a R$ 239,87 milhões, superior em 590% ao do exercício anterior.

De acordo com o presidente da empresa, Paulo Basílio, o resultado foi beneficiado pelas melhorias operacionais, pelos ganhos em participação de mercado e por um mercado favorável de exportação de milho e açúcar no Brasil.

No país, o volume cresceu 28,9% no quarto trimestre para 10.362 milhões de TKUs, enquanto que ao longo de 2010 o crescimento foi de 11,5%, para 39.715 milhões de TKUs. Os fluxos intermodais da ALL apresentaram forte alta de 19%, e em 2011 devem crescer mais do que a média da companhia.

O custo total dos serviços prestados caiu 20,9% no período, para R$ 323 milhões, apoiado em queda na depreciação e amortização de ativos e despesas com transporte de terceiros. Enquanto isso, a receita líquida subiu 29,1%, para R$ 609,4 milhões nos três últimos meses de 2010.

No quarto trimestre, a ALL teve Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) de R$ 240,2 milhões, ante R$ 121,8 milhões um ano antes. A margem no período passou de 25,8% para 39,4%. “Após enfrentarmos um mercado difícil em 2009, as produções agrícola e industrial recuperaram-se em 2010 e voltamos a apresentar crescimento de dois dígitos de volume”, disse Basílio.

Argentina

A ALL encerrou 2010 com dívida líquida de R$ 2,791 bilhões, crescimento de 37,8% em relação ao ano anterior. Segundo o presidente da companhia , o ano também foi melhor na Argentina, onde foi registrado aumento de Ebitda de R$ 21 milhões em comparação a 2009 e crescimento de volume.

No ultimo trimestre de 2010, o volume na Argentina cresceu 13%, para 814 milhões de TKU e o Ebitda alcançou R$ 3,7 milhões, comparado a um Ebtida negativo de R$ 3,6 milhões mesmo período de 2009.

Investimentos

Os investimentos consolidados aumentaram 22,4% para R$ 876 milhões em 2010. De acordo com a companhia. Cerca de R$ 840 milhões foram destinados para a construção de 260 km do novo trecho ferroviário entre o Alto Araguaia e Rondonópolis, no Mato Grosso. Na Argentina, os investimentos cresceram de R$ 26,5 milhões em 2009 para R$ 35,4 milhões em 2010.

“Estamos muito otimistas em relação a nossos outros projetos estratégicos de expansão. Além disso, continuamos trabalhando em nossos projetos de infra-estrutura nos segmentos de terminais e mineração”, disse Basílio.

Para 2011, excluindo os gastos com essa construção, a ALL estima investir R$ 650 milhões. A companhia não informou no balanço a cifra com os custos do novo trecho. “As perspectivas para 2011 são positivas”, disse o executivo. “A exportação de grãos deve registrar crescimento, passando de 53,8 milhões de toneladas em 2010 para 54,9 milhões de toneladas em 2011, com expansão de 7% no complexo de soja e redução de 17% em milho”, disse o executivo, citando dados da Conab.

A companhia estima que, no segmento industrial, a produção aumente 4,1% no Brasil este ano. Os investimentos previstos pela operadora logística para este ano também não incluem da Brado Logística, empresa criada para responder pelo segmento de contêineres. A nova empresa espera investir R$1 bilhão nos próximos 5 anos para alcançar uma participação de mercado total de aproximadamente 12% no volume de contêineres movimentados nos portos servidos pela ALL.

Petróleo

As recentes tensões no mundo árabe, que têm afetado o preço do petróleo e levado incertezas a empresas do setor de transportes em todo o mundo, não afetam a ALL, segundo o diretor de relações com investidores da companhia, Rodrigo Campos. Isso porque todo o óleo diesel utilizado pela companhia é adquirido localmente, da Petrobras.

“A gente não está vinculado ao preço externo… apesar do preço (do petróleo) ser volátil, domesticamente ele tem estado estável ao longo do tempo”, disse Campos, que afirmou ainda que, desta forma, fazer um hedge de combustível “não faria sentido”.

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