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Mercado de terras em Mato Grosso valoriza 135,5%

A crise mundial de alimentos tem sido fator decisivo para justificar a intensa movimentação no mercado de terras do Brasil, principalmente, no Centro-Oeste, e conseqüentemente, Mato Grosso, onde a valorização atinge índices de 135,50% nos últimos 12 meses e já incorpora áreas degradas da pecuária.

A nova “corrida ao Oeste” está sendo financiada não apenas por quem tem raízes no campo, mas em inúmeros casos pelo capital estrangeiro que garante a liquidez da terra. A média Brasil de valorização das terras foi de 17% nos últimos doze meses.

O interesse por terras agricultáveis segue a tendência apontada há vários meses pelo Instituto FNP, como reforça o Instituto, se mantém devido à forte demanda por alimentos, a escassez de áreas agricultáveis no mundo e a alta nos preços das commodities continuam dando suporte à valorização que terá o ritmo mantido mais algum tempo.

Por conta deste cenário favorável ao agronegócio, em Mato Grosso as terras chegaram a ter pico de alta de 135,50% nos últimos 12 meses. As áreas que mais se valorizaram no Estado foram as terras de cerrado, em Comodoro (644 quilômetros a oeste de Cuiabá), na região de Pontes e Lacerda, com valorização de 135,50%. O preço do hectare saltou de R$ 552, em agosto do ano passado, para R$ 1,3 mil, em maio deste ano.

A análise do comportamento de preços indica que as terras mais caras localizam-se nas regiões de Rondonópolis e Pedra Preta, sul mato-grossense.

De acordo com o Instituto FNP, o grande destaque ainda são as áreas de grãos, que são indexadas em sacas de soja. O número de sacas utilizadas como ‘moeda’ por hectare continua aumentando e já atinge a estratosférica marca de 600 sacas/ha, enquanto a média Brasil passou de 200 a 220 sacas/ha para até 300 sacas/ha.

“Ainda assim, os negócios continuam saindo. Em regiões de fronteira, onde os preços são mais baixos, pois o número de sacas por hectare é menor, a liquidez está extremamente alta, inclusive com muitos negócios sendo efetuados à vista, ou em uma entrada mais uma parcela a ser paga dentro de um mesmo ano”, destaca a analista de Mercado do instituto, Jacqueline Bierhals.

ESTRANGEIROS – Como a anunciada revisão na legislação que regulamenta a compra de terras por estrangeiros ainda não saiu, as compras financiadas por capital estrangeiro seguem ocorrendo, evidentemente de forma mais concentrada no Centro-Oeste e Nordeste brasileiro.

Mesmo com o novo patamar de preços, as terras agricultáveis no Brasil ainda são mais baratas em relação ao adotado em outros países e isso deve continuar atraindo o olhar do mercado internacional, mesmo com o real fortalecido frente ao dólar e a instabilidade da economia norte-americana.

Pecuária – Segundo Jacqueline, as áreas destinadas às pastagens começam a dar sinais de fortalecimento em seus preços. “Com a perspectiva de manutenção dos preços do boi gordo em alta pelos próximos três anos, os proprietários de terras em regiões referenciais de pecuária começaram a rever suas posições em relação à venda e arrendamento das mesmas”, disse ela.

Como a cana-de-açúcar avança, sobretudo, em cima de áreas de pastagem, é possível que o mercado deste tipo de terras fique ainda mais disputado nos próximos anos. A exceção são as áreas situadas dentro da Amazônia Legal, cujo mercado de terras encontra-se parado.

O movimento de aquecimento, identificado já faz algum tempo, na procura para glebas de terras de grande tamanho localizadas em região de expansão da fronteira agropecuária continua bastante forte, mesmo com os percalços ambientais.

Investidores estrangeiros e nacionais continuam na busca de ativos reais seguros numa situação em que aumenta o risco relativo dos investimentos no mercado financeiro.

“Para o caso específico dos investidores estrangeiros é necessário ainda considerar que a contínua apreciação do real frente ao dólar norte-americano permite ganhos muito consideráveis decorrentes deste processo, que deve se intensificar com o país alcançando o grau de investimento, o que deve atrair mais capital para o país”, destaca a analista.

Brasil – A valorização da terra nas áreas de nova fronteira agrícola nos últimos 12 meses foi quase dez vezes superior à media do País, aponta levantamento bimestral da FNP. A região conhecida como “Mapito”, que inclui os estados do Maranhão, Piauí e Tocantins, está entre as que mais atraem investimentos.

O estudo mostra que o preço da terra em Uruçuí (PI) subiu 168% nos doze meses encerrados no bimestre maio/junho para R$ 3,9 mil por hectare, ante R$ 1,45 mil o hectare registrado no bimestre julho/agosto do ano passado. No Brasil, o preço médio do hectare foi de R$ 4,28 mil em maio/junho de 2008.

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