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Mercado de carbono pode ser fonte de transformações sociais no Brasil

CEO da Cosan, país pode servir como modelo para países com matriz energética semelhantes

Luis Henrique Guimarães, CEO da Cosan
Luis Henrique Guimarães, CEO da Cosan

Em tempos de transição energética, o CEO da Cosan, Luis Henrique Guimarães, vê o Brasil como grande potência verde e com um portfólio de recursos no mercado de carbono com potencial para promover as transformações sociais que o país necessita.

“A sociedade civil, as empresas, a academia e os governos, têm que se unir de maneira que a gente não perca essa oportunidade. A precificação do carbono e o seu valor que o portfólio brasileiro tem, pode ser a maior fonte de transformação social e econômica desse país, tirando milhões de pessoas da pobreza fazendo a sociedade muito mais inclusiva”, afirmou o executivo durante conferência do Credit Suisse, realizada na última semana.

Para Guimarães, a produção de etanol e a capilaridade da nossa rede de distribuição, serão determinantes para uma transição mais lenta para o carro elétrico, a despeito do que vem acontecendo em outros países. Segundo ele, a empresa conta com 40 mil pontos de venda, todos eles têm uma bomba ou várias bombas de etanol e da capacidade de misturar com outros combustíveis.

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“Quando olho o nosso ecossistema vejo que nossa companhia construiu uma enorme capilaridade com capacidade de distribuir produtos, que hoje, são o ponto forte.  No futuro depende do que for ao mercado na economia, nada impede que eles sejam um grande time do hidrogênio, o grande distribuidor ainda maior de eletricidade ou de outra alternativa que surgir. Por isso, acredito que com essa transição estamos no país certo, no setor certo e com o portfólio certo”, afirmou.

Para o executivo, o Brasil tem que perder um pouco a síndrome de “vira-lata”. Parar de pensar em função dos outros e se orgulhar do que tem. “Na verdade, podemos servir como fonte de inspiração para outros países que podem ter uma matriz parecida com a nossa. Caso da Índia e Tailândia, que são grandes produtores de açúcar”, ressaltou.

Guimarães enfatizou ainda que não há uma solução única na vida. “Acho que o mais importante é cada país entender quais são suas vantagens comparativas e seu portfólio e não seguir modismos. Devemos implementar o que é melhor para o Brasil, melhor para a nossa sociedade e garantir que o Brasil de fato caminhe para ser uma grande potência verde”, finaliza.