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Mercado de Carbono: Investimento italiano pode ser dirigido a projetos no Brasil

A Itália deverá aplicar cerca de US$ 350 milhões ao ano para adquirir 50 milhões de toneladas/ano de carbono equivalente até 2012, período do primeiro período do compromisso assumido no Protocolo de Kyoto.

Os recursos devem ser aplicados em projetos de parceria para mecanismo de desenvolvimento limpo em países como Brasil, China, Argentina, Nigéria, Marrocos, Tunísia, Egito, Sérvia, Romênia e Bulgária. Para o diretor geral do Ministério de Italiano do Meio Ambiente e da Tutela do Território, Corrado Clini, Brasil, China e Índia estão entre os mercados que mais podem oferecer créditos de carbono à Itália em projetos de biogás, biomassa, biocombustíveis, pequenas centrais hidrelétricas e usinas de cogeração.

Ele destaca os números divulgados pela Agência Internacional de Energia, segundo os quais o aumento do consumo de energia nos próximos 20 anos, em especial nos países em desenvolvimento, e o aumento da geração a partir de combustíveis fósseis, que representará 90% do total por volta de 2030, fará com que as emissões de dióxido de carbono aumentem rapidamente, pelo menos 2,1% ao ano, totalizando um aumento de 60% em relação aos índices de 1990.

Os países em desenvolvimento, que na década de 90 respondiam por 30% das emissões de CO2, passariam a ser responsáveis por mais da metade das emissões em 2030. “É o oposto do que se discute para o final deste século, de estabilização das emissões, para chegar a 2100 numa redução de 50% nas emissões”.

Durante o seminário “Mecanismos de Desenvolvimento Limpo, Energias Renováveis e Eficiênica Energética”, ontem em São Paulo, Clini explicou que o governo italiano, como parte de seu plano estratégico para reduzir suas emissões de gases, organizou um fundo de carbono junto ao Banco Mundial que possibilita a empresas públicas e privadas desenvolver projetos que disseminem as novas tecnologias italianas de geração de energia e permitam atingir as metas de redução estabelecidas.

Presente ao evento, o secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, José Goldemberg afirmou que os recursos italianos são uma boa chance de efetivar projetos que hoje não são economicamente viáveis.

“Seria bastante razoável que o Brasil recebesse pelo menos US$ 50 milhões, dos US$ 350 milhões que eles planejam investir todos os anos”, disse.

Alguns projetos brasileiros já estão em negociação, como é o caso de um projeto de geração a partir da biomassa para aproveitamento de resíduos de madeira no Pará e dois projetos de geração de energia a partir do biogás proveniente de lixo urbano de três cidades paulistas.

“É necessária a efetivação dos contratos”, afirmou Diego Tomassini, coordenador do projeto de Unidade de Monitoramento para Projetos Ambientais (MUEP) Brasil.

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