JornalCana

Mercado carioca atrai novos investimentos

O mercado da região metropolitana do Rio de Janeiro é a principal motivação para os investimentos feitos pelo Grupo José Pessoa no norte fluminense. Segundo José Pessoa de Queiroz Bisneto, presidente do Grupo José Pessoa, a proximidade desse centro de consumo carioca compensa o custo mais elevado da produção de açúcar e álcool na região de Campos (RJ).

O Grupo J. Pessoa formou lavouras de cana para atender a uma nova unidade, a Usina Quissamã, cujos equipamentos foram adquiridos de uma unidade desativada do Rio Grande do Norte. Problemas com a licença ambiental impediram o início da construção. “Estamos enfrentando muita burocracia e não sei quando poderemos dar andamento à instalação da usina”.

Com isso, parte da produção na área de 12 mil hectares, cultivados para atender à nova unidade, está sendo transferida para Campos, onde está instalada outra usina do grupo, a Usina Santa Cruz. “São 70 quilômetros de distância que oneram ainda mais o custo de produção, mas não temos outra solução. Não podemos perder o investimento”, afirmou.

José Pessoa tem esperança de que o processo para a licença ambiental caminhe mais rápido no estado do Rio. “O governo de São Paulo simplificou a fórmula para a aprova-ção por meio da eliminação da burocracia. Espero que a administração estadual do Rio faça o mesmo e permita com isso a realização das obras”.

O empresário não revela quanto o grupo investirá na nova unidade no norte fluminense. Mas fontes do mercado calculam que a instalação de uma nova usina requer em torno de R$ 120 milhões, aí incluídos os cerca de R$ 20 milhões aplicados na compra dos equipamentos no Rio Grande do Norte.

O estado do Rio, ao lado de Pernambuco, chegou a ser líder na produção brasileira de açúcar cerca de meio século atrás. A produtividade alcançada em São Paulo afetou fortemente os investimentos no estado do Rio, lembra Pessoa. O mesmo aconteceu com Pernambuco, que perdeu a liderança para Alagoas. O empresário acredita que o estado do Rio deverá receber novos investimentos, uma vez que oferece condições para exportações de álcool combustível, além da proximidade com o mercado do Rio onde a oferta é pequena e os preços ao consumidor são mais elevados que no Estado de São Paulo.

Neste ano, especialmente, a safra de cana está em desvantagem em relação às demais áreas produtoras da região Centro-Sul. “Enquanto a safra paulista está 30%, pelas condições de clima favoráveis, a do estado do Rio está 30% atrasada em relação ao andamento da colheita no ano passado”, disse José Pessoa. O atraso na colheita fluminense afeta o resultado da produção brasileira de açúcar e álcool de forma pouco expressiva, uma vez que corresponde a apenas 2% do total nacional. O estado do Rio produziu na safra passada 5,8 milhões de toneladas de cana em cerca de 100 mil hectares de lavouras. A atividade emprega, ao todo, 28 mil trabalhadores, dos quais 15 mil no campo.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram