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Menor consumo de etanol nos EUA por causa da Covid-19 motiva redução nos mandatos

EPA afirma que redução representa uma perda de crescimento potencial em 2022

Menor consumo de etanol nos EUA por causa da Covid-19 motiva redução nos mandatos

A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), na sigla em inglês) divulgou recentemente os resultados do setor de biocombustíveis nos últimos dois anos, indicando que houve uma redução retroativa no mandato tradicional de 15 bilhões de galões de etanol para 12,5 e 12,9 bilhões, respectivamente, em 2020 e 2021.

Na avaliação do analista de inteligência de mercado da hEDGpoint Global Markets, Pedro Schicchi, a diminuição no consumo do álcool de milho (misturado em uma porcentagem de 10% da gasolina no país), em função da pandemia do novo coronavírus, representa uma perda de crescimento potencial em 2022, embora não signifique uma perda efetiva na demanda. A meta de mistura, no ano que vem, volta para os usuais 15 bilhões de galões.

Por outro lado, algumas medidas foram também tomadas para garantir algumas vitórias aos produtores de etanol, como a proposta de negar a totalidade dos pedidos de isenção em avaliação (que fazem com que o consumo real fique abaixo do mandato) e o aumento da disponibilidade de misturas maiores de gasolina (15%).

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“A EPA argumenta que, embora sua decisão tenha o potencial de quebrar expectativas (e até mesmo investimentos) com base na decisão de 2020, a manutenção de metas de mistura elevadas poderia potencialmente secar o banco de RINs (crédito para biocombustíveis) disponíveis, prejudicando a liquidez do mercado, causando dificuldades econômicas significativas para misturadores e até mesmo ao funcionamento do sistema”, observa Schicchi.

“O impacto real da medida é que, se a meta de 15 bilhões de galões fosse mantida com o uso muito menor de gasolina dos últimos dois anos, quando convertida, essa meta renderia porcentagens muito altas de etanol no combustível fóssil, acima dos 10%”, afirma o especialista.

As decisões da EPA são, de certa forma, favoráveis aos refinadores de petróleo, de acordo com a análise da hEDGpoint Global Markets, o que quebra, do ponto de vista político, a expectativa anterior de que o governo Biden trouxesse um grande impulso para os biocombustíveis.

“Essas eram as intenções no início, mas com as eleições para o Congresso se aproximando, os combustíveis caros podem ser um problema. Assim, essas decisões apontam para um cenário equilibrado entre refinadores e produtores de biocombustíveis”, observa Schicchi.