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Média de importações de agosto cresce 9% em relação a julho

A balança comercial, em agosto, registra exportações de US$ 7,19 bilhões e importações de US$ 4,70 bilhões, com superávit de US$ 2,49 bilhões, considerando o resultado da terceira semana do mês.

As exportações na terceira semana foram de US$ 2,41 bilhões e as importações, de US$ 1,67 bilhão. O superávit foi de US$ 738 milhões. A média das exportações entre os dias 15 e 21 chegou a US$ 482 milhões, 0,8% superior à média de US$ 478,1 milhões até a segunda semana, com aumento nos embarques de produtos básicos (10,4%) e semimanufaturados (7,9%). Os manufaturados apresentaram redução de 6,5%. As importações apresentaram crescimento de 10,1%, sobre igual período comparativo (média da terceira semana/média do acumulado até a segunda semana).

Segundo o que informou ontem a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, as médias diárias de agosto indicam crescimento de 16,5% nas exportações e 22,8% nas importações, na comparação com agosto de 2004. Com relação a julho, o movimento das médias diárias do comércio exterior, neste mês, foi de queda de 9% nas vendas e alta de 9% nas compras. No acumulado do ano, as exportações são de US$ 71,93 bilhões e as importações de US$ 44,77 bilhões. O saldo é de US$ 27,16 bilhões.

A comparação das médias diárias de exportações em agosto (US$ 479,4 milhões) revela aumento de 16,5% sobre as do mesmo mês de 2004. Segundo a Secex, isso ocorreu pelo aumento dos embarques de produtos básicos (19,1%). Café em grão, petróleo em bruto, carnes (suína, de frango e bovina), minério de ferro e soja em grão foram os destaques.

As vendas de manufaturados em agosto também foram 16,9% maiores. Os principais produtos dessa categoria foram: laminados planos, açúcar refinado, óleos combustíveis, veículos de carga, celulares, gasolina, autopeças e automóveis de passageiros.

Mas a Secex registrou em agosto queda de 1,2% nas exportações de semimanufaturados. Diminuíram os embarques de produtos de ferro/aço, ferro fundido, óleo de soja em bruto e madeira serrada.

Na comparação do movimento das exportações de agosto com as de julho, a Secex informou que a queda de 9% foi provocada pela redução dos embarques das três categorias de produtos.

As médias diárias das importações, em agosto, mostram aumentos de 22,8% sobre as do mesmo mês de 2004 e 9% sobre julho. Com relação a agosto de 2004, foram maiores os gastos com siderúrgicos (38,9%), veículos automóveis e partes (33,4%), combustíveis e lubrificantes (30,5%), equipamentos mecânicos (30,1%), equipamentos elétricos/eletrônicos (28,2%), borracha e obras (26,5%) e instrumentos de ótica e precisão (23,9%).

Em relação a julho deste ano, houve crescimento nas importações de combustíveis e lubrificantes (26,3%), farmacêuticos (21,8%), equipamentos mecânicos (11,7%), borracha e obras (10%) e veículos automóveis e partes (8,8%).

Segundo o diretor-executivo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Júlio Gomes de Almeida, os números de agosto mostram uma volta ao “mundo real”. Isso significa ritmo de crescimento das importações mais intenso que o das exportações. “As exportações têm mantido trajetória de estabilidade graças ao dinamismo dos preços internacionais de algumas commodities. Não fosse isso, haveria redução”, disse. Quanto às importações, o diretor do Iedi diz que elas vêm crescendo devido ao câmbio, com aumento dos volumes de compras.

Para o diretor da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, agosto marca o início do aumento mais intenso das importações, que foi previsto para o início deste ano. A justificativa para essa previsão é a base de comparação do ano passado, muito alta para as vendas e muito baixa para as compras.

Castro também alertou para o “efeito caótico” do câmbio – real valorizado frente ao dólar – no comércio exterior, que já vem prejudicando pequenas e médias exportadoras. Sinal disso, segundo ele, são as demissões nos setores de calçados, móveis e confecções.

Ele lamentou que 2005 vai ser marcado pela redução do número de exportadoras. A última vez que isso ocorreu foi em 1997. De janeiro a junho deste ano, a Secex registrou 14.942 empresas que realizaram vendas externas. No mesmo período de 2004, eram 14.950. Para 2006, as previsões da AEB são mais pessimistas. Castro disse que o câmbio vem retirando fôlego financeiro até mesmo das grandes exportadoras.

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