Marelli exportará para a China tecnologia flex
Cleide Silva
A Magneti Marelli, empresa do Grupo Fiat, vai exportar para a China a tecnologia do motor bicombustível, que aceita dois diferentes combustíveis. Os primeiros veículos flexíveis devem ser produzidos no país em 2 a 3 anos. Além de ajudar no desenvolvimento do sistema, a empresa brasileira fornecerá, inicialmente, centralinas e bicos injetores para a subsidiária chinesa da Marelli.
O presidente da Marelli na China, GuoDong Jeff Xu, esteve no Brasil há duas semanas para conhecer a tecnologia e discutir o trabalho conjunto entre técnicos brasileiros e chineses para a adaptação do sistema. O processo terá início assim que as montadoras e o governo local definirem o tipo de combustível a ser usado, se metanol ou etanol derivado do arroz. A base de desenvolvimento do sistema será o Brasil, disse Silverio Bonfiglioli, presidente da Magneti Marelli brasileira.
Em sua opinião, o acerto pode abrir portas para o País exportar álcool, caso esta seja a opção das montadoras chinesas.
Atualmente, veículos chineses rodam com mistura de cerca de 10% de metanol ou etanol na gasolina, mas a produção local não é suficiente. Também há modelos que usam gás. O mercado total de veículos cresceu entre 9% e 13% nos últimos 10 anos e a previsão para 2005 é de aumento de 15%. No ano passado, dos 5 milhões de carros vendidos na China, metade foi de carros e comerciais leves.
PARTICIPAÇÃO
No Brasil, onde até agosto foram vendidos 1,02 milhão de automóveis e comerciais leves (de um total de 1,09 milhão de veículos), 45% têm motor bicombustível e podem rodar com álcool ou gasolina. Só no mês passado essa participação chegou a 61%.
O primeiro carro bicombustível, o Volkswagen Gol, foi lançado em maio de 2003 com tecnologia Marelli. Hoje, os sistemas da marca equipam 70% dos veículos flexíveis, segundo a Marelli. Em agosto, a empresa apresentou uma evolução da tecnologia flexível, o sistema para injeção eletrônica ECSS que permitirá a partida do motor a frio, sem necessidade do reservatório extra para gasolina. O produto só estará no mercado em 2007, informou Bonfiglioli.
Já a próxima etapa do motor flexível, o tetracombustível – que poderá rodar com gasolina, álcool, gás ou nafta – deverá estar disponível no início de 2006, disse o executivo. Estamos em fase de conclusão do processo industrial, mas não podemos revelar qual será a primeira montadora a usar o sistema.
