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Maranhão apostará na produção de biodiesel

Até o final do ano, com recursos do Finep, será implantada a primeira planta piloto para extrair óleo a partir do babaçu. O Maranhão estuda a utilização do babaçu para produzir biodiesel. Até o final do ano, a primeira planta piloto para extração do óleo destinado à produzir biodiesel será implantada na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), em São Luís. A planta será financiada pelo Finep, do Ministério da Ciência e Tecnologia, no valor de R$ 500 mil. O programa pode receber ainda R$ 720 mil do Ministério das Minas e Energia e R$ 200 mil da Eletronorte. A previsão é que estes recursos sejam repassados ao Estado até início do próximo ano.

A produção de biodiesel a partir do babaçu, palmeira nativa presente em quase um quarto do território maranhense, tem como objetivo principal promover a inclusão social, segundo o diretor-presidente da Fundação de Amparo a Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão, Edson Nascimento.

Geração de empregos

A idéia é fomentar o sistema de produção agro-extrativista para a geração de milhares de empregos diretos e indiretos, visando a melhoria da qualidade de vida das populações urbana e rural. Atualmente, existe um grupo de trabalho no estado que estuda a viabili-dade e competitividade técnica, econômica, social e ambiental do agro-negócio do babaçu para a produção do biodiesel. Os estudos são feitos em laboratórios pelas universidades federal e estadual do Maranhão. A partir da instalação da planta piloto, os pesquisadores pretendem testar o biodiesel em ônibus.

No momento estão sendo avaliadas as características do combustível e sua viabilidade. “A qualidade do biodiesel a partir do babaçu é excelente e isso não é nenhuma descoberta nova”, afirma Edson Nascimento. Considerado o principal produto do extrativismo vegetal do Maranhão, o babaçu é uma palmeira nativa. Estima-se que mais de 80% dos babaçuais existentes no Brasil estejam no Maranhão, sendo explorado por pequenas comunidades de extrativistas.

Subprodutos

Além do biodiesel, o programa visa também a utilização de vários outros subprodutos do babaçu. “Há uma grande preocupação para que o valor agregado continue com as famílias de baixa renda”, observa Edson Nascimento. De acordo com experiências desenvolvidas, o babaçu fornece mais de 60 subprodutos. O fruto é utilizado na fabricação de óleo, carvão, leite, ração para gado e em trabalhos artesanais. Na zona rural, as folhas são usadas para cobrir casas e são transformadas também em cestos e esteiras e fornecem celulose para a industrialização de papel. A partir do babaçu também são extraídas substâncias para a fabricação de detergentes, sabão, margarina, cosméticos, asfalto e outros. A comunidade Lago do Junto, no interior maranhense, já produz o sabonete e o óleo para a indústria cosmética, chegando a exportar para Europa e Estados Unidos.

Mamona

Paralelo ao babaçu, o programa biodiesel no Maranhão prevê a utilização da mamona por ser mais viável a produção em escala. As pesquisas com mamona estão bem adiantadas em estados como o Ceará. Além das vantagens ecológicas e sociais, a utilização do biodiesel possibilita ainda custos reduzidos. Conhecido também como “combustível verde”, o biodiesel é produzido a partir de matérias primas renováveis, como óleos vegetais e pode ser usado como aditivos em motores do ciclo diesel.

O Brasil consome anualmente de cerca de 36 bilhões de litros de óleo diesel. A produção atual de óleos vegetais está em torno de 3,5 bilhões de litros, que são aplicados para fins alimentícios.

kicker: No momento estão sendo avaliadas as características e viabilidade do produto.

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