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Manguinhos inicia produção de biodiesel em duas semanas

Sem atividade de refino desde agosto do ano passado, quando passou a operar na distribuição de combustíveis, a Refinaria de Manguinhos irá retomar a produção no Rio de Janeiro, dentro de duas semanas, desta vez voltada ao mercado de biodiesel. Os sócios Grupo Peixoto de Castro e Repsol YPF investiram R$ 2 milhões para produzir 48 milhões de litros/ano do produto, que substitui parcialmente óleo diesel de petróleo em motores automotivos.

A área adaptada à produção de biodiesel foi arrendada pelo grupo paulista Ponte di Ferro, que arrematou contrato de fornecimento de biocombustíveis em leilão da Agência Nacional do Petróleo (ANP). O valor do contrato de arrendamento e seu prazo não foram informados. Em próxima etapa, o Grupo Peixoto de Castro e Repsol YPF pretendem aplicar mais US$ 10 milhões na construção de usina de biodiesel, o que permitiria elevar a produção das empresas para 360 milhões de litros/ano.

Licença ambiental. A licença ambiental de operação foi concedida ontem pela Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema. A refinaria concluiu os preparativos para a produção de biodiesel em setembro deste ano, mas descompasso com a Feema atrasou o início de operação. O licenciamento envolveu a nova tecnologia de produção, que permite o uso de três tipos matérias-primas na geração do biodiesel: sebo animal, óleo de soja e óleo de girasol.

Segundo o diretor da refinaria, Fernando Barbosa, a ANP será responsável pela colocação do produto no mercado, enquanto a mistura ao diesel ficará a critério das distribuidoras.

“Essa operação não terá muita complexidade porque é semelhante à atualmente realizada pelas distribuidoras com a gasolina”, disse o diretor, acrescentando que a nova produção será uma oportunidade econômica importante para a Refinaria de Manguinhos, desativada há quinze meses.

Manguinhos entrou em crise, no ano passado, com a disparada do preço do barril do petróleo no mercado internacional, valor que serve de referência para o óleo comprado no Brasil.

Os preços praticados no mercado interno de combustíveis, contudo, não acompanharam o aumento. Eles são controlados pela Petrobras, que não repassa aos consumidores as oscilações do mercado internacional. Desta forma, a refinaria acumulava prejuízos mensais da ordem de R$ 4 milhões.

Barbosa disse que o mercado dos biocombustíveis representa reação aos altos preços internacionais do barril de petróleo, além de apresentar vantagens ambientais.

“O petróleo é um energético não renovável e não existe nenhuma indicação de que seu preço voltará aos patamares anteriores. Todas as indicações são de que o petróleo deve continuar com valores muito altos”, disse o executivo, completando que o biodiesel, por questões ambientais, vem ganhando cada vez mais espaço no mercado.

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