Mais eficiência energética com menor uso de combustível
Conhecido nos processos industriais, no ciclo Rankine a energia elétrica é produzida por um gerador, que possui eixo acionado por uma turbina. Esta é movida por um fluxo de vapor sob forte pressão. O vapor que sai da turbina vai para o condensador, é condensado e retorna para a caldeira, que através da queima do combustível produz o vapor. Esta configuração tradicional na indústria sucroenergética, no entanto, caminha para novas mudanças na busca pela eficiência: o ciclo regenerativo.
Entre os fatores que influenciam o rendimento da operação destaca-se a temperatura da água de alimentação da caldeira. Partindo deste princípio, com a água pré-aquecida utiliza-se menos combustível. Com isto, a usina tem duas opções: ou consome a mesma quantidade combustível e gera excedente de energia ou mantém a geração e reduz a quantidade de combustível. “O conceito de ciclo regenerativo é simples e consiste na utilização do vapor das extrações das turbinas para o aquecimento do condensado que retroalimenta as caldeiras a vapor”, relata José Paulo Figueiredo, diretor de engenharia do Grupo TGM, fabricante de turbinas a vapor e redutores de velocidade que realiza, entre outros serviços, estudos de viabilidade para implementação do ciclo regenerativo.
Segundo Figueiredo, os benefícios desta nova configuração da planta são inúmeros. Entre os principais destaca-se o maior rendimento do ciclo a vapor, fator que tem influenciado a adoção do ciclo regenerativo pelas termelétricas. “No ciclo usual a temperatura de alimentação da caldeira é de 110 a 120ºC. Já no regenerativo aumentamos esta temperatura para 160 ºC, sendo que é possível alcançarmos até 200 ºC, dependendo da pressão do sistema”, afirma o diretor.
Ele ressalta ainda que para proporcionar o aquecimento necessário do condensado, que se encontra em torno de 45 ou 50ºC, e o retorno do processo que gira em torno de 100 a 120ºC, é preciso projetar a turbina com extrações de vapor intermediárias. “Com isto a água é aquecida à temperatura ideal para o ciclo regenerativo. Quem determinará a quantidade das extrações ideais são os estudos de viabilidade”, diz.
