Mais acordos bilaterais para energia renovável e etanol

Uma nova leva de acordos bilaterais para cooperação nos segmentos de energia alternativa, etanol e tecnologia da informação (TI) estão sendo fechados no Brasil, e pode chegar a um aporte total de R$ 1,2 bilhão.

No caso do grupo australiano Pacific Hydro, o investimento será US$ 150 milhões no País para produção de energia eólica na cidade de Natal, Rio Grando do Norte. Batizado de Projeto Millennium, este é o primeiro projeto no País para energia por fontes renováveis. “Novos acordos deverão acontecer, o que elevaria o total de aportes para US$ 300 milhões em três anos”, diz Mark Argar, cônsul-geral da Austrália no Brasil. O projeto vem ao encontro do compromisso que o Brasil assumiu junto ao Protocolo de Kyoto de ter 10% de toda a sua energia gerada até 2022 proveniente de fontes renováveis. A transação entre os dois países só foi possível graças a uma pesquisa contínua que o Consulado Geral da Austrália em São Paulo vem realizando no Brasil com intuito de identificar áreas de prospecção para negócios como esse em Natal, perfeitamente adequada para o uso da energia eólica. “A política de governo do Brasil é favorável para o projeto. O Nordeste é a região ideal para isso”, conta.

Segundo o cônsul, a necessidade do Brasil investir em fontes alternativas para obtenção de energia levou adiante o projeto. “Também estuda-se a possibilidade de realizar projetos para a construção de hidroelétricas no Brasil, mas ainda em fase de análise de projetos”, adianta.

A obra do Projeto Millennium foi iniciada em fevereiro e deve ser concluída até o final deste ano com produção estimada em atender 40 mil casas.

Outro grupo que está direcionando recursos ao País é de um consórcio alemão que estuda estabelecer no Estado de Goiás parcerias no setor sucroalcooleiro. Os investimentos iniciais podem consumir cerca de R$ 600 milhões na produção de álcool e etanol. O consórcio alemão, cujo nome não foi revelado, é formado por banqueiros e industriais. Na última semana, o grupo enviou a Goiás o representante Roland Hartmann, que teve a missão de selecionar os empreendimentos para a parceria.

Segundo o secretário de Indústria e Comércio de Goiás, Ridoval Chiareloto, após essa fase inicial os empresários virão posteriormente ao Brasil para fechar negócios. O secretário afirma que, além de usinas sucroalcooleiras, o consórcio também pretende investir na área de laboratório de análises químicas, provavelmente em Anápolis. De acordo com o secretário, no momento os alemães estão fazendo uma sondagem. “É um momento de estudo de projetos”, diz.

O Estado de Goiás conta com 22 destilarias em fase de implantação, demandando investimentos da ordem de US$ 1,79 bilhão. A expectativa é que quatro delas comecem a funcionar ainda este ano. Dentro de três anos, a produção goiana de etanol deve saltar dos atuais 800 milhões de litros para 3,2 bilhões de litros anuais.

Outro projeto para produção de etanol é na Região do Nordeste onde o grupo Nátura, líder na produção de biodiesel na Europa, tem projetos para instalação de uma fábrica de biodiesel na região metropolitana de Salvador, possivelmente em Camaçari ou em Aratu. O grupo é formado por três empresas: a Jimenez Belinchon, Anlogar e o gigante financeiro Ahorros Corporación, que possui 40% do mercado financeiro da Espanha. Na segunda-feira, uma comitiva, encabeçada pelo presidente do grupo, Juan Carlos Jimenez, se reuniu com o governador da Bahia, Jacques Wagner, para detalhes da infra-estrutura necessária a produção.

Já os italianos, de olho na tecnologia para a produção brasileira de etanol, enviam o primeiro-ministro, Romano Prodi, que chega ao Brasil no próximo dia 26, para conversações com a Petrobrás e outras empresas.

Tecnologia da Informação

A Embaixada do Canadá no Brasil promove, a partir de hoje, um Fórum para promover o intercâmbio de pesquisas na área de tecnologia da informação (TI). Também será apresentado as possíveis ampliações de tratados para cooperação tecnológica para a produção do etanol.