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Maioria dos países da UE quer ser isenta de GMO

As autoridades de dez regiões da União Européia (UE) – entre as quais a Toscana e o país Basco – solicitaram ontem que a UE as autorize a se tornarem zonas isentas de alimentos transgênicos.

A aliança fez um apelo para que a UE defenda os pequenos produtores rurais e fixe os encargos por responsabilidade civil antes de suspender sua proibição de cinco anos sobre os organismos geneticamente modificados.

“Gostaríamos que nossas regiões fossem isentas de transgênicos”, disse Tito Barbini, ministro da Agricultura da Toscana. O acordo, assinado por autoridades de 10 distritos rurais do Reino Unido, Áustria, França, Espanha, Alemanha e Grécia, ocorre num momento em que a UE, de 15 países, discute maneiras de suspender sua proibição a alimentos geneticamente modificados.

Os Estados Unidos entraram em junho com processo contra a Europa junto à Organização Mundial do Comércio por infração de normas de livre comércio.

“A questão dos alimentos geneticamente modificados é transnacional”, disse Roxanne Feller, porta-voz do COPA, um consórcio de mais de 7 milhões de produtores rurais europeus.

A Europa está tentando desenvolver uma política que permita o ingresso de sementes modificadas em laboratório tanto em suas fazendas, quanto nas prateleiras de mercearias, mas ainda não dirimiu a acirrada polêmica em torno da prevenção da contaminação mútua. “Há grandes interesses comerciais envolvidos… os pequenos agricultores não podem se beneficiar com essa tecnologia”, disse Annie Hote-Chalbos, encarregada de agricultura do Conselho Regional da Aquitânia, região da França, que assinou o acordo. “Queremos permanecer vigilantes com relação à rotulagem de produtos geneticamente modificados a ser adotada pela UE.”

Embora as regiões possam tomar suas próprias decisões sobre produtos transgênicos, a UE não aconselha as regiões a desenvolverem rótulos de produtos mais rígidos que os demarcados pelos padrões da UE. “Há muita simpatia na Comissão Européia com relação a essas questões”, disse Julien Mousnier, porta-voz da diretoria de meio ambiente da Comissão.

“A proibição total aos transgênico, sejam quais forem, sem distinção de variedade não está sendo cogitado”, disse Mousnier. Os estudos colidem em torno da hipótese de produtos agrícolas com genes alterados produzirem alimentos, vinho e ração para gado seguros ou da possibilidade de perigos desconhecidos poluírem as fazendas pelas próximas gerações. “A abordagem científica propõe mais problemas do que soluções”, disse Friedrich Graefe zu Baringdorf, membro alemão do Parlamento Europeu. “O problema da coexistência ainda não foi resolvido.” Borboletas e pássaros podem morrer de inanição, acredita.

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