Má notícia para as usinas sucroenergéticas que comercializam energia elétrica feita da biomassa no mercado spot: o preço a ser pelo megawatt-hora em 2016 deverá ficar em R$ 100. Ou até menos. Nesta semana, o mesmo MWh vale R$ 245 no Sudeste/Centro-Oeste do país.
Saiba a seguir os motivos da queda do valor do MWh no próximo ano.
As explicações são da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), responsável pela gestão do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), indicador para a venda de energia elétrica da biomassa no mercado spot:
1 –
Para os próximos 14 meses o PLD ficaria em aproximadamente R$ 200 até dezembro e abaixo de R$ 100 no próximo ano.
2 –
Neste cenário, foi considerado o acionamento das usinas térmicas com CVU de até R$ 600/MWh até abril de 2016 e apenas as usinas por ordem de mérito a partir de maio de 2016.
3 –
Mas o valor do PLD pode chegar a R$ 400 em 2016, segundo a CCEE, a partir de análise de sensibilidade, que realizou previsões do PLD, fator de ajuste do Mecanismo de Realocação de Energia – MRE e os Encargos de Serviços dos Sistemas – ESS, comparando-as com a pior série histórica de ENA registrada (biênio – 1952/1953).
Cenário atual
Segundo a CCEE, os índices de afluências, principalmente para o submercado Sul, e do Sudeste/Centro-Oeste mantiveram o PLD para o início de novembro dentro do patamar previsto para 2015.
O PLD médio de R$ 212/MWh para outubro segue no mesmo patamar desde julho de 2015, em razão do aumento das afluências.
“O preço para o início de novembro foi calculado em R$ 245/MWh e deve continuar nesse patamar com leve tendência de queda, especialmente com a perspectiva de precipitação para as próximas semanas na região Sudeste”, afirma o gerente de preço da CCEE, Rodrigo Sacchi.
Conforme ele, o comportamento da carga para o Sistema Interligado Nacional – SIN, ao longo do ano, entre junho e agosto, chegou a ter queda de 8% em relação ao previsto para 2015. “A tendência de queda na carga de 2015 deve ficar entre 3% e 4% do previsto”, ressalta.
Na análise das afluências, Sacchi destacou as elevadas ENAs observadas no Sul, que passaram de 96% para 236% em outubro.
“Isso é reflexo da entrada de sucessivas frentes frias na região provocadas pelo El Niño, mas que chegaram a atingir a região Sudeste”.
Revisão
As afluências na região foram revistas de 120% para 92% da MLT, índice considerado razoável para a região, em outubro, segundo o executivo. As regiões Norte (70%) e Nordeste (40%) seguem com índices abaixo da média. “Notamos um leve atraso das ENAs no Sudeste, mas é provável que ao longo dos próximos meses as afluências se elevem, chegando próximas à média histórica”, lembra.
Já em relação ao fator de ajuste do MRE (GSF), os dados preliminares de outubro apontam o índice em torno de 94%. Para novembro, o GSF previsto é de 93%, fechando uma média de 84,6% para 2015. O Encargo de Serviços para o Sistema – ESS para outubro deve totalizar R$ 600 milhões e, com o desligamento das térmicas mais caras do sistema, fechar o ano em R$ 6 bilhões, número próximo ao esperado.