A Maruti Suzuki, uma das maiores fabricantes de automóveis da Índia, anunciou que em 10 anos não fabricará mais veículos movidos exclusivamente a gasolina, priorizando os carros eletrificados ou movidos a GNV ou bicombustíveis.
Segundo CV Raman, diretor de tecnologia da unidade Suzuki Motor, a transição de todo o portfólio para veículos híbridos, flex-fuel, biocombustíveis e elétricos puros acontecerá nos próximos sete a 10 anos, conforme os planos atuais.
Raman disse que é importante olhar para os objetivos, que são reduzir as emissões de CO2 em 45% em 2030 em comparação com os níveis de 2005 e os caminhos disponíveis para a Índia. Para isso, o GNV é uma opção, pois as emissões veiculares são 20% menores em comparação com os veículos movidos a gasolina.
Híbridos fortes – onde o veículo pode funcionar com motor de combustão interna convencional ou motor elétrico, ou ambos – ajudam a reduzir as emissões de CO2 e melhorar a eficiência de combustível em cerca de 30% quando comparados aos motores a gasolina.
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“O etanol é bom, porque a mistura de 20% (com gasolina) ajuda a reduzir as importações de petróleo em uma quantidade semelhante. Também estamos trabalhando em flex-fuel. Bio CNG é carbono-negativo”, afirmou ele em entrevista ao The Economic Times.
Até 2030, a eletrificação completa pode acontecer em alguns segmentos onde se torna viável do ponto de vista do consumidor, como ônibus, veículos de três rodas e talvez de duas rodas, disse ele.
“Os veículos de duas rodas representam cerca de 62% do consumo de gasolina. A eletrificação no segmento de duas rodas faz sentido. Como eles exigem uma capacidade menor do motor e da bateria, o carregamento é mais fácil”, completa.
Evandro Gussi, presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA), que em abril, assinou um memorando de entendimento com a Society of Indian Automobile Manufacturers (SIAM), com o objetivo de ampliar essa agenda de redução da pegada de carbono nos dois países, parabenizou a iniciativa da montadora indiana.
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“A transição para motores a biocombustíveis, híbridos, flexfuel e elétricos está em linha com o trabalho que vimos desenvolvendo em parceria com o país asiático para promover rotas tecnológicas para a mobilidade sustentável. Não tenho dúvidas de que em poucos anos a Índia apresentará ao mundo bons resultados na redução de emissões veiculares. E temos muito orgulho de contribuir com essa história”, afirmou Gussi.