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Maior consumo do ano

A leve redução sobre o preço do litro do etanol hidratado registrada no decorrer do mês de março, quando o teto de R$ 2,29 em Cuiabá e Várzea Grande começou a ceder, foi suficiente para aumentar o consumo do combustível. Em março, estatística mais recente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), foram demandados 20.514 milhões de litros, alta 7,2% sobre o volume de fevereiro, 19.120 milhões de litros e avanço de 11,5% sobre janeiro, com total de 18.398 milhões de litros. Com as sucessivas reduções no preço de bomba até o início de maio, é esperada uma recuperação do consumo.

De janeiro a maio deste ano, o litro ao consumidor recuou cerca de 21% nas duas cidades, ao comparar o teto (R$ 2,29) ao valor atual de até R$ 1,79. O hidratado vem perdendo em preferência para a gasolina, movimento registrado desde o ano passado, quando os preços atingiram o limite – e também ultrapassaram – de 70% do valor da gasolina, indicador que serve de alerta para mostrar qual produto compensa mais na hora de abastecer. Para haver vantagem ao etanol, o preço dele deve representar até 70% do derivado do petróleo, pois a queima é maior, se roda menos quilômetros por litro.

Apesar da leve recuperação observada em março, o consumo ainda está aquém dos patamares recordes registrados em igual mês de anos anteriores. Na comparação com o resultado de março do ano passado, quando foram consumidos 27.165 milhões de litros, há redução de 24,48%. Na comparação com março de 2010 a queda é de 36,6%, já que naquele mês a demanda foi de 32.360 milhões de litros, recorde histórico para março. Para ser ter ideia de como esse mercado cresceu, basta observar o consumo há dez anos. Conforme a série histórica da ANP em março de 2002 o volume comercializado no Estado foi de 3.728 milhões de litros, incremento absoluto de quase 30 milhões.

MERCADO – Há cerca de duas semanas o preço na bomba se estabilizou na casa de R$ 1,80 e, segundo o segmento revendedor, não haverá muitas surpresas nos preços daqui pra frente. Um gerente de posto localizado na Avenida Miguel Sutil, que não quis se identificar, disse que os consumidores querem saber quando o litro do hidratado voltará a menos de R$ 1,50, como foi observado em 2009. “Acredito que o litro, por pressão da própria safra de cana em plena moagem no Estado, irá ceder mais um pouco, quem sabe R$ 0,10 ou até R$ 0,20? No entanto, pelo que a gente ouve, ele dificilmente voltará aos patamares vistos há dois, três anos, quando havia promoções- relâmpago com o litro por até R$ 0,99”.

As dez usinas mato-grossenses estão em pleno funcionamento. Desde o início deste mês a maior parte das unidades retomou as atividades e segue a missão de moer 14,5 milhões de toneladas de cana-de-acúçar, temporada que – ao contrário do ano passado, quando foi encerrada precocemente em outubro por falta de matéria-prima – deve seguir até os primeiros dias de dezembro.

PESQUISA – Pela terceira semana consecutiva, o preço médio do etanol hidratado apurado, em Mato Grosso, é o segundo mais barato do Brasil, conforme pesquisa ANP que observou o comportamento do mercado entre os dias 20 a 26 deste mês. São Paulo lidera o ranking semanal com preço médio de R$ 1,83, seguido por Mato Grosso e Goiás com média de R$ 1,93. O litro mais caro do Brasil está em Roraima, R$ 2,56.

Para chegar ao preço médio do Estado, a ANP visita revendas em oito cidades – Cuiabá, Várzea Grande, Cáceres, Sinop, Sorriso, Rondonópolis, Alta Floresta e Santo Antônio de Leverger – e tira uma média de preços. O mais alto registrado foi de R$ 2,40, em Sorriso (460 quilômetros ao norte de Cuiabá). Cuiabá exibe o menor valor semanal, média de R$ 1,85, cerca de R$ 0,03 a menos em relação à semana passada.

COMERCIALIZAÇÃO – Conforme os dados de consumo da ANP referentes ao primeiro trimestre deste ano, a demanda em Mato Grosso aumentou 13,5% em relação a igual período do ano passado, passando de 763.306 milhões de litros para 866.069 milhões. Os três principais combustíveis (etanol, gasolina e óleo diesel) registram consumo maior em relação ao igual momento de 2011. A gasolina, por exemplo, registrou maior demanda no varejo em relação a janeiro, fevereiro e março do ano passado, com recorde de 49.652 milhões de litros em março. No trimestre a alta é de 35,9%, de 106.773 milhões para 145.085 milhões de litros.

O óleo diesel, que tem 70% do consumo na agricultura, se expandiu conforme as operações no campo. No trimestre, a alta é de 16%. Março, marcado pela colheita da soja, teve recorde absoluto de consumo para o mês, 215.348 milhões de litros.

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