Maior alta do açúcar desde dezembro
Os preços do açúcar registraram forte alta na sexta-feira, dia 2, na bolsa de Nova York, atingindo a maior alta registrada pelo produto desde dezembro passado, devido a especulações de que sua oferta ficará limitada até que o Brasil, o maior produtor mundial do produto, dê início à colheita da sua safra, no próximo mês de abril, de acordo com analistas ouvidos pelas agências internacionais.
O aumento da demanda por parte da Rússia, país que é o maior importador mundial, e a redução da produção por parte do México no primeiro trimestre deste ano reduziram a oferta, disseram analistas. A produção do México, o segundo maior produtor mundial da América do Norte, caiu 15% no atual ano-safra, segundo estimativas de Jeff Bauml, diretor-executivo do BNP Paribas Commodity Futures Inc. em Nova York.
“Estamos testemunhando um aperto da oferta”, disse Anthony Compagnino, sócio da East Coast Options Services Inc. de Nova York. “O mercado encontrou um aumento da demanda no primeiro trimestre deste ano. Isso não havia sido previsto.”
Em Nova York, os contratos do açúcar demerara para entrega em maio subiu 0,25 centavos, ou 2,3%, para 11,22 centavos de dólar. Na semana, os preços registraram avanço de 5,5%, sua maior alta desde a semana encerrada em 1º de dezembro.
Até que o Brasil inicie sua safra, dentro de seis semanas, o mercado “terá de se virar com o açúcar da Guatemala e da Tailândia”, disse em entrevista Peter de Klerk, analista da londrina C. Czarnikow Sugar Ltd., a maior corretora mundial de açúcar. “A oferta de açúcar está apertada.”
Em Londres, os contratos futuros de açúcar refinado subiram US$ 4,60, ou 1,3%, para US$ 349 a tonelada. Os preços subiram 5% esta semana, sua maior elevação desde a semana encerrada em 1º de dezembro.
A produção mundial alcançará o recorde de 160,2 milhões de toneladas este ano, com superávit de 7,2 milhões de toneladas, disse a Organização International do Açúcar (OIA) em Londres no último dia 16 de fevereiro.
