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Má notícia: vender energia de biomassa no spot terá valores baixos

A cogeração é uma das fontes de renda das usinas
A cogeração é uma das fontes de renda das usinas

Vender eletricidade feita da biomassa da cana-de-açúcar pode ser um negócio bem menos rentável em 2016. É o que sinaliza a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Segundo a CCEE, o cenário positivo de redução do Preço de Liquidação de Diferença (PLD) deve se manter ao longo de 2016, repetindo o recuo registrado no último ano, influenciado principalmente pela redução do consumo de energia, melhora das condições hidrológicas (especialmente nas regiões Sul e Sudeste/Centro-Oeste) e continuidade da geração térmica.

Pelo menos é o que aponta a projeção feita pela CCEE, considerando a projeção de afluências por semelhança histórica e redes neurais artificiais. A expectativa é que o preço alcance o valor mínimo, R$ 30,25/MWh, a partir de fevereiro nos submercados Sudeste/Centro Oeste, Sul e Norte.

O PLD é o indicador utilizado para comercializar energia elétrica no mercado spot.

Além da diminuição dos valores, a projeção aponta uma estabilidade do PLD neste patamar. Apenas no Nordeste, isso pode ocorrer a partir de junho.

A cogeração é uma das fontes de renda das usinas
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Nordeste

Por conta do submercado Nordeste estar com níveis muito baixos de seus reservatórios, a projeção aponta para a manutenção do PLD desse submercado em valores mais elevados (acima de R$ 100/MWh) até o meio do ano, devendo atingir o PLD mínimo a partir de junho. A média esperada para 2016 neste submercado é de R$ 100/MWh.

Em uma outra projeção, considerando a pior série histórica de Energia Natural Afluente (dezembro de 1952 a janeiro de 1954), os valores do PLD sobem, mas ainda assim permanecem abaixo do novo preço máximo, que é de R$ 422,56/MWh. As médias, neste cenário, atingiriam R$ 193/MWh no Sudeste, R$ 188/MWh no Sul, R$ 213/MWh no Nordeste e R$ 185/MWh no Norte.

Ao longo de 2015, o PLD teve uma trajetória de queda em todos os submercados, principalmente no Sudeste/Centro-Oeste e Sul. No caso do Nordeste e Norte, o preço viveu uma rotina de sobe e desce, influenciado pela baixa afluência nas regiões. Comparado com o mês de dezembro de 2014, os valores registrados no último mês do ano passado tiveram uma redução média de 71%.

O maior recuo ocorreu no submercado Sul, que terminou 2015 com o preço de R$ 111/MWh, o que representa um decréscimo de 81,5% em relação aos R$ 601/MWh do mesmo período do ano anterior. A redução no Sudeste foi de 80,6%, no Norte de 72% e no Nordeste, 49,5%.

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