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Lula vai pedir tarifa menor para o álcool

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai pedir ao presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, a diminuição das tarifas impostas pelos americanos ao álcool brasileiro#. Os dois chefes de Estados se encontrarão sexta-feira, em São Paulo. No programa de rádio “Café com o Presidente”, ontem, ao se referir aos países ricos, Lula criticou a forma como as negociações são feitas nos dias de hoje.

“Eles falam muito em livre comércio, mas gostam de proteger os seus produtos. Então, o que eu quero é o seguinte: se é para ter livre comércio, vamos ter livre comércio para que a gente tenha oportunidade de vender e de comprar. Não tem sentido a alta taxa que os Estados Unidos impõem ao álcool brasileiro”, disse o presidente. Lula revelou que pretende propor rebaixamento de tarifas de lado a lado. Americanos e europeus acabariam com os subsídios aos produtos agrícolas e as barreiras ao produtos brasileiros e o mesmo aconteceria com os industrializados daqueles países ao entrarem no mercado brasileiro.

“Eu pretendo (tratar do tema com Bush), porque na própria discussão na Organização Mundial do Comércio, a acusação que se faz é que os Estados Unidos têm subsídio muito forte para a sua agricultura e a União Européia tem uma proteção muito forte à sua agricultura”, disse Lula. E completou: “Então, o que nós estamos pedindo é que os Estados Unidos deixem de dar o subsídio que dão hoje. Que a União Européia flexibilize a entrada de produtos de países do Terceiro Mundo. E que os países do G-20, do qual Brasil, Índia e China fazem parte, flexibilizem produ tos industriais.”

Para Lula um acordo na Rodada Doha está próximo de ser fechado, o que irá facilitar o acesso dos produtos agrícolas de países pobres aos mercados europeu e americano. “O presidente dos Estados Unidos sempre tem um peso importante nessa coisa, porque se os Estados Unidos forem favoráveis a um acordo, facilita esse acordo.”

Lula destacou a importância do debate com os americanos sobre os biocombustíveis. “Os Estados Unidos são grandes produtores de álcool e o produzem de milho, o que encarece o álcool americano e, ao mesmo tempo, encarece o milho dos outros países, porque quando os Estados Unidos tiram o milho do mercado de ração para produzir álcool, o álcool fica caro e o milho também fica caro”, afirmou o presidente.

“Eu penso que os Estados Unidos precisam conhecer a fundo a tecnologia brasileira na produção de etanol e de biodiesel. Todo mundo está acompanhando com muita preocupação o aquecimento do planeta”, disse Lula. “Portanto, o álcool é importante não apenas para favorecer que os países tenham outra alternativa de combustível, mas também para que a gente polua menos o planeta, sobretudo nas grandes cidades.”

Lula disse não esperar que as conversas com o presidente americano girem em torno do presidente venezuelano Hugo Chávez. “Eu não acredito que o presidente Bush venha conversar comigo um assunto como esse. Até porque eu respeito a soberania de cada país. Eu acho que não há espaço para a gente discutir problemas de outros países. Se conseguirmos avançar nos nossos problemas e encontrar soluções para o acordo da OMC e para o biocombustível, já estaremos fazendo um bem à humanidade extraordinário”, disse.

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