Lula usa Petrobrás, outra vez, como arma eleitoral
Em busca de números positivos para a campanha pela reeleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a exaltar, ontem, a auto-suficiência do País em petróleo e o aumento da produção de biodiesel.
Em solenidade no Palácio do Planalto, ele ressaltou que a Petrobrás está apoiando fortemente o projeto de combustíveis renováveis e chegou a afirmar que não há mais preocupação com preços. Eu digo sempre, a Petrobrás nunca pode se ofender com isso, mas a Petrobrás não pensava muito em outra coisa que não fosse petróleo e, como agora ficamos autosuficientes, está pouco se preocupando com o preço do petróleo, disse, minimizando as recentes oscilações no mercado internacional do combustível.
Em discurso no dia 2 de junho na Refinaria Henrique Lage, da Petrobrás, em São José dos Campos, Lula afirmou que o Brasil será a maior potência energética do século 21 e previu também o ingresso brasileiro na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Ontem, Lula afirmou que o Brasil já terá, em 2007, os 840 milhões de litros de biodiesel que eram esperados pelo governo apenas para 2008 – quando a mistura de 2% de biodiesel ao diesel comum passará a ser obrigatória. Quem sabe um dia a gente tenha um carro totalmente a biodiesel e a Petrobrás exporte o nosso diesel para trazer mais reservas para o Brasil, disse, na solenidade no Planalto, na qual foram assinados os contratos de compra de biodiesel selados no leilão realizado em 30 de março pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). Estamos plantando petróleo, afirmou, numa referência às plantações de mamona, palma e outras espécies usadas na produção do biodiesel.
CONTRATOS
Foram assinados contratos para a compra de 170 milhões de litros de biodiesel. Desse total, 93% foi adquirido pela Petrobrás, enquanto os 7% restantes foram obtidos pela Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), que também integra o sistema Petrobrás.
A legislação estabelece que, a partir de 2008, todo o diesel vendido no País terá de conter 2% de biodiesel. Depois de 2013, a regra determina que essa mistura deverá subir para 5%.
Após o evento de ontem, o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, disse que é possível que o governo antecipe essas metas, devido ao crescimento na produção desses combustíveis vegetais.
