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Lula reafirma críticas ao álcool do milho

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu ontem novos sinais de que a aliança com os Estados Unidos para promover o etanol virou um mau negócio por causa do uso do milho pelo produtores americanos.

Ontem, ao encerrar a visita de três dias a Gana e participar em Acra da reunião da Unctad (agência da ONU para comércio e desenvolvimento), Lula foi taxativo: “Nós achamos, desde o começo, que produzir biocombustível de alguma coisa (milho) que sirva para ração animal ou humana não é prudente porque você vai encarecer o preço do porco, o preço do frango. Ou seja, não compensa e o melhor é olhar outras oleaginosas”.

Para diferenciar a produção brasileira e americana, Lula acrescentou: “O etanol da cana-de-açúcar que produzimos é sete vezes mais eficiente do ponto de vista energético do que o etanol à base de milho”. E emendou: “A produção brasileira não envolve subsídios, não ameaça a região amazônica e não reduz o volume de alimentos”.

Ao falar da eficiência, o presidente referia-se à quantidade de energia comum (petróleo ou elétrica) usada para produzir etanol de milho. “Na política de biocombustíveis só tem um equívoco: a decisão americana de produzir álcool do milho”, já havia dito o presidente em entrevista concedida no fim de semana.

Questionado sobre se a cruzada em defesa do etanol de cana se devia ao fato de que o Brasil perdera a guerra da informação no mundo e precisava reagir, o presidente declarou: “Primeiro, a batalha nem começou. Ainda estamos na fase das estratégias intelectuais, ou seja, dos cientistas. Eu acho que é uma guerra em que o mundo vai ganhar. Não é o Brasil. O Brasil apenas é o espelho mais forte do que pode acontecer com o biodiesel no mundo”.

Pela manhã, no programa Café com o Presidente, transmitido diariamente no Brasil, Lula rebateu críticas de que a produção de biocombustíveis reduz a área plantada de alimentos e causa alta nos preços dos produtos. “Nós não aceitamos que haja meia conversa sobre a questão do aumento dos alimentos”, disse.

Lula afirmou que os países ricos precisam flexibilizar no preço dos produtos agrícolas. “Do jeito que está hoje, com o forte subsídio dos Estados Unidos e da União Européia aos seus agricultores, obviamente que fica difícil os países pobres venderem algum alimento”.

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