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Lula quer avançar com etanol no mercado chileno

O Brasil mostrou hoje grande interesse em explorar o potencial chileno de consumo de etanol. Em discurso, o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou o estabelecimento de uma agenda, ainda neste ano, para uma missão empresarial que discuta o mercado de biocombustíveis no Chile.

Para ele, é preciso correr para que se defina um plano de matriz energética comum, o que poderá contribuir para ampliar as discussões climáticas que deverão ser tratadas em Copenhague em dezembro, com participação também de países desenvolvidos.

Lula acredita que os países ricos querem continuar a manter os padrões de consumo e emissão contando com o apoio do resgate de carbono por parte de países da América do Sul. “Temos que convocar uma reunião da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) antes de ir para Copenhague para que a gente discuta uma p! roposta da América do Sul”, disse à presidente do Chile, Michelle Bachelet, que esteve presente em um evento em São Paulo. “Vamos para Copenhague numa disputa muito forte”, concluiu.

Atualmente o Chile conta com aprovação legislativa para adicionar 5% de etanol à gasolina sem prejuízo aos modelos de veículos que rodam por lá, mas isso ainda não foi implementado.

Segundo o diretor de Comércio Exterior da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Roberto Giannetti da Fonseca, o Chile precisa de infraestrutura e de uma rede de distribuição para que o produto seja incorporado no dia-a-dia dos chilenos.

Segundo Giannetti, já existe disposição dos chilenos de elevar a permissão de adição para 10% de etanol na gasolina, o que tornaria as exportações do produto ainda mais interessantes para o Brasil. Com a compra pela Petrobras, há um ano, de 240 postos de combustível que pertenciam à Shell no Chile, essa distribuição poderia ser facilitada, avalia o diretor.

Giannetti, que também é empresário da área de biocombustíveis com a Hetanol Trading, afirmou que está negociando com a estatal chilena Empresa Nacional de Petróleo (ENP) uma primeira remessa de 60 mil metros cúbicos de etanol em três embarques até o final do ano. Na avaliação dele, o importante, no momento, seria introduzir o uso do combustível e, com o tempo, promover a mudança da matriz energética do Chile e a adoção de veículos bicombustíveis.

“Tive essa conversa com executivos da ENP há um ano e expliquei que, se eles importam 100% de petróleo e 100% de veículos, seria importante reduzir a vulnerabilidade gerada pelo uso do petróleo com a adoção do etanol”, disse.

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