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Lula quer abertura de mercado para o etanol

A visita de três dias de visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, iniciada ontem, busca aprovar o atual momento de crise internacional para ampliar as relações comerciais dos dois países. Entre outras questões, será abordada a reforma do sistema financeiro internacional para evitar futuras crises. Em jantar privado oferecido pelo presidente da China, Hu Jintao, no Jardim Imperial da Casa de Hóspedes, em Pequim, Lula abriu as conversas. A pauta de visita inclui temas bilaterais como comércio e cooperação tecnológica na área espacial. No comércio, o interesse brasileiro é equilibrar a balança comercial, que nos três primeiros meses do ano registrou saldo negativo para o Brasil de US$ 219,84 milhões.

Acompanhado de uma comitiva de mais de 200 empresários e tendo os biocombustíveis no topo da pauta de discussões, Lula busca o apoio do governo chinês para o desenvolvimento de combust íveis renováveis e espera uma abertura para exportar etanol ao gigante asiático. Barreiras tarifárias e elevada carga tributária sobre consumo doméstico são os principais fatores de limitação a esse seu projeto.

A agenda comercial da delegação brasileira também está centrada na busca de contratos petroleiros, na promoção de aviões da Embraer e na venda de carne ao mercado chinês. Mês passado, a China desbancou os Estados Unidos e se tornoru o maior parceiro comercial do Brasil. Apesar disso, a importância do Brasil para a China ainda é muito restrita. As exportações brasileiras representam só 1,3% do total de importações chinesas.

CARNES. O governo brasileiro quer abrir o mercado chinês para exportação de carnes de frango e de porco. No caso do frango, os chineses aceitaram inicialmente, mas não estão autorizando as licenças de importação. Quanto à carne de porco, a China é a maior produtora e consumidora mundial. Consome 40% de toda a carne suína produzida no mundo. Para autorizar as exportações brasileiras, os chineses querem que o Brasil compre também.

Analistas acreditam que o presidente chinês deverá cobrar de Lula a promessa feita pelo brasileiro em 2004 de reconhecer a China como economia de livre mercado. O tema de caráter político deverá estar presente nas reuniões e corre o risco de ser colocado como condicionante para reivindicações como a abertura comercial para carnes brasileiras, restrição voluntária das importações de têxteis e confecções chineses e o aumento dos investimentos da China em infraestrutura e petróleo. O embaixador no Brasil, Qiu Xiaoqi, confirmou essa possibilidade dias atrás. O status, ainda informal, foi dado durante visita de Hu Jintao a Brasília.

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