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Lula pede a empresários ajuda contra subsídios

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ontem a ajuda de empresários para pressionar pela extinção dos subsídios agrícolas em países desenvolvidos. No discurso durante a Cúpula de Líderes do Global Compact, fórum de discussão de responsabilidade social de empresas nas Nações Unidas, o presidente disse que as empresas poderiam ajudar na ” batalha ” contra os subsídios ao ” chamar a atenção de seus governos para as graves distorções e injustiças que o protecionismo provoca ” .

Na platéia havia mais de cem executivos de alto nível de empresas multinacionais que discutem os princípios que devem ser adotados para nortear políticas de responsabilidade social. Desde o lançamento, cerca de 1.100 empresas aderiram ao Global Compact. Segundo uma pesquisa da consultoria Mc Kinsey com 400 empresas, 51% das companhias adotaram mudanças de política seguindo as diretrizes do grupo.

Segundo Lula, com um terço dos US$ 300 bilhões gastos anualmente em subsídios agrícolas, o mundo alcançaria dentro do prazo as Metas do Milênio de desenvolvimento. As metas foram acordadas para serem cumpridas até 2015. ” No ritmo atual, as metas só serão atingidas no século XXII ” , afirmou Lula, reclamando do não cumprimento pelos países ricos de destinar 0,7% do PIB para programas de ajuda.

O presidente repetiu a sugestão de taxação do comércio de armas ou de transações financeiras em paraísos fiscais para a arrecadar recursos para um fundo de desenvolvimento criado pelo Brasil, Índia e África do Sul para reduzir a pobreza. ” Uma taxa de apenas 0,01% arrecadaria US$ 17 bilhões anuais ” , disse. A medida não tem apoio entre as empresas. Mas Lula mencionou também a proposta britânica de captação de recursos no mercado financeiro com lastro no fluxo futuro de dinheiro de programas de ajuda de países desenvolvidos.

Outra sugestão de Lula aos empresários foi a destinação de parte do faturamento das empresas a projetos sociais, seja por meio de porcentagens em transações de cartão de crédito (como o cartão que destina recursos à Fundação Abrinq no Brasil) ou doação de um dia de produção a uma entidade assistencial.

A redução dos custos financeiros de remessas de imigrantes latino-americanos que vivem nos Estados Unidos seria outra maneira de contribuir para alívio da pobreza, elevando o total de US$ 40 bilhões em remessas anuais. Durante o discurso, Lula citou números dos programas sociais do governo brasileiro As empresas que fazem parte do Global Compact adotam voluntariamente dez princípios que orientam seus negócios. O décimo, combater a corrupção, foi adotado na reunião de ontem. Os outros nove referem-se ao respeito aos direitos humanos, sindicatos, combate à discriminação, trabalho infantil e escravo, além de adotar políticas de preservação ambiental.

Depois de concluir os últimos compromissos da viagem aos Estados Unidos, que incluíram uma reunião com o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, e uma entrevista ao jornal americano Wall Street Journal, Lula disse ter tido uma ” receptividade excepcional ” por parte dos investidores estrangeiros e que espera ter contribuído para mostrar que os investidores terão ” porto seguro ” no Brasil.

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