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Lula levará ao G-8 experiência brasileira na produção de etanol

Em artigo publicado na edição desta sexta-feira do jornal americano The Wall Street Journal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva informa que apresentará aos líderes do G-8 (os sete países mais ricos do mundo e a Rússia) e de outros cinco países em desenvolvimento, na segunda-feira, a experiência brasileira de produção e aplicação do etanol e de outros recursos renováveis, como o biodiesel e o H-Bio. A questão energética estará no centro da agenda da reunião de cúpula do G-8, que começa sábado, em São Petersburgo.

Os ataques ao Líbano pelas forças israelenses, na quinta-feira, deverão acentuar a preocupação das sete economias mais industrializadas do mundo, somadas à Rússia, com a elevação mais acentuada dos preços do petróleo no mercado internacional. Em seu artigo, Lula menciona que, mesmo com a auto-suficiência brasileira na produção de petróleo, o etanol tornou-se ainda mais importante para o País.

O presidente cita, em seguida números convincentes: a adição de 20% de etanol à gasolina, a venda de etanol em mais de 30 mil postos de combustíveis e o fato de o etanol representar 40% do combustível consumido por veículos de passageiros no Brasil. Acrescenta ainda que 80% dos carros novos vendidos no Brasil são bicombustíveis – tecnologia adotada em 2003. “Desde a década de 70, o etanol substituiu cerca de 800 milhões de barris de petróleo por dia, o equivalente a quase dois anos da produção corrente de petróleo no Brasil”, assinala.

“Naturalmente, nós sabemos que o etanol não é a única solução para os problemas de suprimento de combustível. Mas, com certeza, pode se tornar parte da solução. O aumento substancial do consume de etanol pode estender os recursos mundiais, adiando a data de esgotamento das reservas”, completou.

Outros interesses

No artigo, Lula menciona, ainda, o especial interesse em duas frentes. A primeira, de parceria entre o Brasil e os Estados Unidos para a promoção do mercado mundial do etanol, o que envolveria a produção também em outros países da América Latina e da África. A estratégia de ampliação de fornecedores de etanol tem como objetivo transformar o combustível em uma commodity. O biodiesel poderia ser agregado a essa experiência. Segundo o presidente, Brasil e Estados Unidos teriam muito a ganhar com essa parceria, assim como países pobres que incorporarem essa tecnologia.

Lula lembra, no texto, que conversou sobre esse tema com o presidente George W. Bush, em Brasília, no último mês de outubro. Na segunda-feira, deverá tocar novamente nesse tema com Bush, durante encontro reservado. “Expandir o mercado internacional de etanol pode beneficiar os produtores brasileiros e americanos”, insistiu.

Na outra frente, o presidente brasileiro não se esquivou de assinalar que os Estados Unidos ainda mantêm elevadas tarifas sobre a importação de etanol, equivalentes a US$ 0,54 por galão. “Com o crescimento do mercado consumidor de etanol, o principal desafio não será competir por mercados, mas aumentar rapidamente a produção de modo a atender suficientemente a demanda. Todos temos muito a ganhar”, completou.

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