Lula elogia força para superar desafios
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou ontem à noite, durante a cerimônia de entrega do Prêmio Parceiros do Desenvolvimento, promovido pelo Correio, o compromisso de manter uma política econômica séria e austera e elogiou as empresas agraciadas. “Os empresários que foram premiados com certeza não ficaram chorando e reclamando dos problemas e das dificuldades, mas trabalharam e lutaram. E agora estão colhendo os frutos”, elogiou. O prêmio foi concedido às empresas que se destacaram no processo de desenvolvimento do país no ano passado. “Parabéns ao Correio pela iniciativa. Muitas vezes as pessoas se matam de trabalhar e não são reconhecidas”, afirmou. “Essa premiação mostra as coisas boas que acontecem no país. E as coisas boas que acontecem no país são infinitamente melhores”, completou.
Dirigindo-se ao diretor-presidente do Grupo Associados Centro-Oeste, Álvaro Teixeira da Costa, o presidente citou as conquistas econômicas obtidas nos últimos quatro anos e disse que o país “cortou na própria veia” em 2003, relembrando o forte ajuste fiscal feito pelo governo para acertar as contas públicas no início do primeiro mandato. Lula destacou o bom momento econômico vivido pelo país e garantiu que a estabilidade será mantida sem que se deixe levar pelo quadro político ou eleitoral.
“No século 20, o Brasil jogou fora a oportunidades por causa das eleições. O Brasil não pode agora jogar fora esta oportunidade, ninguém pode ser mesquinho nas coisas internas e na política externa”, pediu. Mais uma vez o presidente relembrou o passado sindical e disse “não tenho direito de errar, quando acabar eleição, eu não vou para Paris, vou para São Bernardo, ficar ao lado do sindicato e ouvir as queixas dos companheiros”.
Otimista, o presidente garantiu que em poucos anos o Brasil será “imbatível” na produção de biocombustíveis. Segundo Lula, o biocombustível dará impulso suficiente para que o país volte a ser em breve a oitava economia do mundo. “O Brasil vai voltar a fazer parte do grupo dos países mais ricos. Com o biodiesel, isso vai acontecer mais rápido”, assegurou. “Eu falei anteontem com o Tony Blair (primeiro-ministro britânico) e disse que se eles quiserem deixar o Brasil fora das grandes discussões vão ter de criar o G-7”, ironizou Lula.
O presidente disse que vai à próxima reunião do G-8, em junho, na Alemanha, e que um dos principais temas será o aquecimento global. Lula afirmou que o biodiesel foi patenteado em 1975 e só em 2003 foi transformado em matriz energética. “Vamos plantar petróleo. Combinando alta tecnologia da Petrobras com a pequena tecnologia de cavar uma pequena cova e plantar um pé de soja, de algodão, de cana, seremos imbatíveis.” O presidente sugeriu que fosse feita uma entrevista com o professor Expedito Parente, o criador do biodiesel. “Ele está indo três ou quatro vezes por ano aos Estados Unidos para discutir querosene de biocombustíveis com a Nasa e com a Boieng. Não é pouca coisa. Isso significa que nós não ficamos chorando o revés”, disse.
Descontraído e bem-humorado, Lula iniciou o discurso com uma brincadeira. Disse ter pedido ao governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), que o antecedeu, que fizesse um breve discurso pois tinha que chegar cedo ao Palácio da Alvorada para comemorar o aniversário de 33 anos de casamento com a primeira-dama, Marisa Letícia.
