A Vignis S. A., primeira empresa do Brasil a desenvolver cana energia em escala comercial, registra crescimento de 45% no lucro líquido.
Em 2015, o lucro líquido da empresa foi de R$ 41,2 milhões, alta de 45% sobre os R$ 29,2 milhões apurados no exercício de 2014.
A Vignis possui, entre os clientes de cana energia, a companhia sucroenergética Raízen, joint venture da Cosan e da Shell. Segundo Pedro Mizutani, diretor da Raízen, a utilização da biomassa da Vignis em usina do grupo começou neste ano.
A diferença da cana energia em relação a cana convencional é seu potencial de oferecer riqueza em fibras. Enquanto uma cana convencional possui em média 13% de fibra e até 17% açúcar, a cana energia da Vignis garante 24% de fibra e 7% de açúcar.
Com menos açúcar, a cana energia é apropriada para produzir etanol e bioeletricidade.
A estratégia da Vignis não se limita a desenvolver e licenciar varieadas, promovento a cobrança de royaly pelo uso de seu material. Funciona assim: a usina cede área para a Vignis criar viveiro de mudas. Depois, ela mesma faz o pantio do canavial nas terras do cliente, colhe, transporta e entrega a matéria-prima na indústria.
Em 2015, a diretoria da Vignis informou que, além da Raízen, fechou contrato com a Odebrecht Agroindustrial.
Os contratos de fornecimento são de longo prazo e com indexadores conhecidos para o cliente saber quanto irá pagar.
O preço da cana-energia da Vignis entregue ao cliente fica em torno de US$ 3,4 por milhão de BTU.
Apesar do lucro líquido em alta, a empresa apurou, no exercício de 2015, aumento nas despesas financeiras. Com isso, o resultado financeiro ficou em negativos R$ 1,3 milhão no ano passado, ante R$ 110 em 2014.
Saiba mais sobre a empresa
A Vignis chegou ao mercado em 2011. Focada em melhoria genética da cana-de-açúcar, a empresa tem, como fundadores, o administrador Luis Claudio Rubio e o engenheiro agrônomo Sizuo Matsuoka.
Rubio, então executivo do fundo de capital de risco da Votorantim, fomentou a criação de grupo de pesquisadores ligados a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), na qual programa de melhoramento genético em cana era chefiado por Matsuoka.
Em 2003, nascia a CanaVialis, depois adquirida pela multinacional Monsanto em 2008. Nesse mesmo ano, Rubio e Matsuoka deixaram a empresa. Dois anos depois de cumprirem contrato de não-competição, criavam a Vignis.