Londrina entra para a história da mobilidade sustentável com a primeira demonstração completa numa operação real com um ônibus movido 100% a biometano no transporte urbano de passageiros.
A inédita ação nacional faz parte do projeto conduzido pela Companhia Paranaense de Gás (Compagas) em conjunto com a fabricante Scania, em parceria com a Prefeitura Municipal de Londrina, com o objetivo de certificar os indicadores de eficiência, em especial, a redução nas emissões de poluentes na utilização do veículo.
Nos próximos 30 dias, o veículo estará numa demonstração urbana pela primeira vez abastecido 100% a biometano.
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“O ônibus movido a biometano coloca Londrina em posição de destaque no país, sendo a primeira na demonstração no transporte coletivo regular urbano. Queremos produzir o biometano localmente gerando energia para nossa população e, em especial, para nossas indústrias visando transformar o município na primeira cidade industrial sustentável do Brasil”, disse o prefeito de Londrina, Marcelo Belinatio no lançamento da ação, realizado nesta nesta quarta-feira (7), na prefeitura.
A ação em Londrina é a terceira realizada pelo projeto conduzido pela Compagas e Scania, em 2023. As primeiras demonstrações foram feitas na Região Metropolitana de Curitiba, com o Governo do Paraná, e na capital, com a Prefeitura de Curitiba, e, demonstraram a viabilidade da utilização do veículo movido a GNV em linhas complexas e extensas, garantindo autonomia e menor emissão de poluentes.
O CEO da Compagas, Rafael Lamastra Jr., explica que o gás natural e o biometano são fontes de desenvolvimento para o Paraná e são energias capazes de contribuir com as metas de sustentabilidades das grandes cidades.
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O veículo a gás em demonstração é o mesmo que já circulou pelas ruas de Curitiba e região metropolitana. Em Londrina, ele será abastecido com o biometano, produzido a partir de subprodutos do setor sucroenergético, e revendido pela Gastech que comercializa o GNV em Londrina.
“O Paraná tem um potencial gigantesco de produção de biometano (cerca de 2 milhões de metros cúbicos por dia) e com esse teste também mostramos, na prática, que é possível viabilizar a utilização local da energia gerada pela agroindústria, aterros sanitários e estações de tratamento de esgoto, nas frotas do transporte coletivo das cidades, gerando economia circular, emprego e renda aos nossos municípios”, afirma Lamastra.
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“Londrina entra para a história da mobilidade mais sustentável nesta primeira demonstração completa numa operação real no transporte de passageiros urbano, com o ônibus movido 100% a biometano, sendo observado durante um mês por todos os critérios de avaliação de um órgão gestor. Dessa forma, haverá uma análise completa, e não um pequeno período de testes”, salienta Paulo Genezini, gerente de Sustentabilidade da Scania Operações Comerciais Brasil.
“Temos certeza que esta ação inédita com o biometano numa operação regular urbana será um divisor de águas para que mais cidades preocupadas com a redução da emissão de poluentes coloquem em prática frotas mais eficientes. Também teremos todo o apoio do nosso concessionário local, P. B. Lopes, para que esta demonstração comprove os benefícios do biometano”.
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De acordo com o diretor-presidente da CMTU, Marcelo Cortez, no decorrer das semanas de teste serão considerados fatores como a autonomia e a qualidade do veículo.
“Precisamos conhecer a efetividade dele numa cidade com as características como a nossa, saber exatamente que quantidade de combustível seria necessária à operação”, afirma.
Ainda no quesito sustentabilidade, com a utilização dos veículos a gás é possível reduzir de forma significativa a emissão de gases poluentes na atmosfera e, quando se trata de biometano, essa redução é de 90%, quando comparado ao uso de veículos a diesel.
Os benefícios do uso do gás no transporte público também estão ligados diretamente à saúde da população. A redução de óxidos de nitrogênio (NOx) é de quase 90% e de material particulados chega a 85%.
Os efeitos são de curto prazo, com um menor índice de doenças cardiovasculares e da perda de produtividade causada por esses poluentes.
Rodrigo de Oliveira, diretor-geral da Grande Londrina, afirma que a empresa apoia ações que priorizam a sustentabilidade. “Toda iniciativa que possibilite colaborar com a preservação do meio ambiente e com a saúde da população, tem o apoio da TCGL. Para nós, é um privilégio participar deste projeto piloto ao lado de parceiros tão importantes que têm um compromisso com a evolução do transporte público”.
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O modelo fabricado pela Scania é o padron K 280, com 14 metros de comprimento e capacidade para 86 passageiros. Tem propulsor de 280 cavalos de potência. Seu motor é Ciclo Otto (o mesmo conceito dos automóveis) e movido 100% a gás e biometano, ou mistura de ambos.
Não é convertido do diesel para o gás, tem garantia de fábrica, tecnologia confiável e segura, desempenho consistente e força semelhante ao similar a diesel, além de ser mais silencioso. Para o ônibus em teste, foram instalados oito cilindros de gás na lateral dianteira com uma autonomia de 300 km.
A segurança é total em caso de acidentes ou explosão. Os cilindros e válvulas são certificados pelo Inmetro (em conformidade com a lei). São três válvulas (vazão, pressão e temperatura) que liberam o gás em caso de anomalia em um destes três quesitos. Os cilindros são extremamente robustos (o material é de ogivas de mísseis). Em caso de incêndio ou batida o gás é liberado para a atmosfera e se dissolve sem perigo de explosão ao contrário de um veículo similar abastecido a diesel que é mais perigoso, pois o líquido fica no chão ou pode se espalhar ao longo da carroceria.
“A Scania reforça o protagonismo em alternativas sustentáveis com esta ação inédita e pioneira em Londrina, em uma demonstração na operação real. Além de termos a melhor solução em mobilidade urbana com um combustível totalmente limpo, a Rede P. B. Lopes conta com estrutura e profissionais capacitados para garantir toda a assistência necessária para o sucesso da operação. Nossa região tem uma vocação incrível para a instalação desta matriz energética, capaz de abastecer com biometano toda a operação de transporte coletivo em nossa cidade”, explica o diretor da Rede P. B. Lopes, José Henrique de Souza Gomes.